Um homem foi preso com uma submetralhadora e dois carregadores dentro de um carro, no estacionamento de um supermercado, às margens da BR 101, no bairro Araçá, em Linhares, Norte do Estado. Em depoimento à polícia, Evangelista Custódio da Silva disse ter comprado a arma em uma feira de Vila Velha para se defender de invasores e vigilantes de uma empresa, no assentamento rural onde vive, em Conceição da Barra, também no Norte capixaba.
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De acordo com o boletim de ocorrência, o suspeito já vinha sendo monitorado pelo 13º Batalhão da Polícia Militar, em São Mateus, no Norte do Estado. O efetivo desse batalhão confirmou que a arma de fogo apreendida teria como destino uma área da empresa Suzano, que está sendo invadida no interior de Conceição da Barra, próximo a Córrego São Domingos.
A equipe do 13º Batalhão também acrescentou que a intenção de Evangelista era entrar em confronto com os vigilantes da empresa. O suspeito foi conduzido até a 16ª Delegacia Regional em Linhares, onde foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, sendo encaminhado à Penitenciária Regional de Linhares (PRL).
A abordagem foi realizada depois que a polícia foi informada, pela equipe do 13º Batalhão, de que havia duas submetralhadoras dentro de um carro, que estava estacionado em um supermercado. Ao chegar ao local, a força tática da PM encontrou Evangelista e um outro homem, de 57 anos, colocando objetos no interior do veículo.
Ao realizar buscas dentro do carro, a polícia encontrou uma submetralhadora calibre .380 e dois carregadores, que estavam debaixo do banco do carona. Também foram apreendidos um celular e R$ 33 em espécie. Nesse momento, de acordo com o boletim de ocorrência, uma mulher chegou ao local e disse ser a dona do veículo.
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À Polícia, ela disse que não sabia a quem pertencia a arma. Informou que havia saído de Vila Velha em direção a Conceição da Barra, em companhia dos dois homens, e tinha parado no supermercado para fazer compras.
A princípio, os dois homens também negaram saber a origem da arma. Mas, logo depois, Evangelista relatou, segundo a polícia, que havia comprado a submetralhadora e os carregadores por R$ 1.500 em uma feira de Vila Velha e levaria o armamento para o assentamento rural em Conceição da Barra, onde mora, "para se defender de invasores e "vigias" da Suzano", como consta no boletim de ocorrência.
Evangelista foi levado para a delegacia, junto com os outros ocupantes do veículo. Lá, a mulher, de 61 anos, relatou que tinha um relacionamento amoroso com o suspeito e ambos haviam adquirido um terreno em Conceição da Barra, para onde estavam indo, no momento da abordagem.
Após serem ouvidos na delegacia, ela e o outro ocupante do veículo não foram autuados, sendo liberados em seguida.
Por meio de nota, a Suzano informou que "vem sendo alvo constante de grupos organizados que promovem invasões em áreas da empresa e praticam a venda ilegal de terrenos no norte do Espírito Santo".
"Vale destacar que, na última sexta-feira (10), representantes desses grupos fecharam a rodovia, no norte do ES, sob a alegação de protestar contra a Suzano, que vem buscando amparo legal para recuperar as áreas que se encontram invadidas na região", continua a nota.
Segundo a empresa, "são grupos que estão organizados em associações (...), mas não representam os reais interesses das comunidades tradicionais da região, com as quais a Suzano mantém diálogo aberto e transparente, de maneira amigável e equilibrada, reconhecendo a sua relevância".
"Reiteramos que a empresa cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas aplicáveis às áreas onde mantém atividades, tendo como premissas em suas operações o desenvolvimento sustentável e a geração de valor e renda, reforçando seu compromisso com as comunidades locais e o desenvolvimento sustentável", finaliza a Suzano.
Gazeta Online