Polícia Espírito Santo

K9: superdroga com efeito "zumbi" liga alerta da polícia no ES

Entorpecente tem níveis de THC centenas de vezes mais elevados que os da maconha e pode causar psicose e convulsões

Por Regional ES

06/04/2023 às 06:14:17 - Atualizado há
Foto: Divulgação/Polícia Civil

Nas últimas semanas, um sinal de alerta foi ligado em todo o Brasil por conta do consumo de um entorpecente conhecido como K9 que, dentre os efeitos, leva o usuário a um estado de psicose e confusão mental intensos, o que lhe rendeu a nomenclatura de "superdroga zumbi".

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No Espírito Santo ainda não há registros de apreensão desta droga, mas em outros estados como São Paulo e Goiás, o entorpecente já faz parte de círculos de usuários, o que deixa as forças de segurança capixabas em alerta.

De acordo com o responsável pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (DENARC), delegado Tarcísio Otoni, a droga já é uma velha conhecida nos Estados Unidos, mas só agora cruzou o Atlântico para o Brasil.

"Essa droga tem chegado agora no Brasil, principalmente na Zona Leste de São Paulo. No Espírito Santo fazemos o monitoramento constante de novas drogas pelo Denarc. Nos Estados Unidos, ela é conhecida desde os anos 1990 como spice, mas por aqui ganhou esse nome de K2 ou K9, as chamadas drogas K", explicou o delegado.

O que acontece é que de lá para cá, a droga se popularizou entre usuários recreativos, se tornando um entorpecente de abuso, assim como outras substâncias como o fentanil e oxicodona.

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Superdroga não é maconha

Por tratar-se de uma droga fumada e, quase sempre, misturada à cannabis, o K9 ganhou o nome de maconha sintética. Mas como avisa o delegado Tarcísio Otoni, de maconha o entorpecente não tem nada.

Segundo ele, ela é uma droga líquida que é borrifada em uma erva seca, podendo ela ser maconha ou qualquer outro tipo de planta ressecada e que os efeitos são muito mais intensos e perigosos do que o da cannabis.

"É um líquido que o traficante borrifa e vende como se fosse uma maconha mais potente, mas de maconha não tem nada. Os produtos químicos da droga ligam os mesmos receptores do THC no organismo, mas de forma bem mais acentuada. A maconha tem um nível de THC por volta de 4% a 6%, já essa droga tem níveis centenas de vezes mais potentes".
"Ela causa hipersonolência, psicose, confusão mental, convulsões e pode ser letal já no primeiro uso. As forças de segurança de São Paulo nos informaram que, em alguns locais, os próprios traficantes proíbem a chegada dela, porque por conta da letalidade, acabam perdendo dinheiro, pois os usuários param de consumir o crack".

Fácil transporte

O delegado Tarcísio Otoni afirma que as forças de segurança do Espírito Santo realizam a catalogação sistemática de todas as drogas apreendidas no Estado, mas os entorpecentes sintéticos têm uma peculiaridade que dificulta este trabalho.

"Esse é um complicador, mas estamos sempre monitorando e catalogando estas drogas. Somos vizinhos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, caso essa droga surja, saberemos como nivelar e monitorar", disse.

"Estamos em contato, inclusive, com o Sul do Estado para evitar que esta droga seja mais uma no catálogo do Espírito Santo. Sabemos que há o caso de saúde pública, que afeta a vida do usuário e também o problema policial, pois a venda aumenta também o poder do narcotráfico", alertou.


Toxina de sapos

Segundo o delegado, este tipo de uso também já é conhecido e não apenas com esta toxina específica, mas o uso de cogumelos ou outros vegetais alucinógenos como drogas de abuso.

"Quando pensamos em drogas, pensamos logo em jovem que quer transgredir, experimentar algo novo. Em Goiás se tem notícias do uso desta toxina expelida pelo sapo, e é claro que o narcotráfico se aproveita disso".

Ele relata que os sapos usados para a extração da toxina foram importados do México e têm propriedades parecidas com as toxinas dos cogumelos. "São substâncias extremamente perigosas, assim como os opioides, até mesmo uma quantidade ínfima pode matar ou causar dependência química", destacou.


Fonte: Folha Vitória
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