Economia Espírito Santo

Broca da haste: praga traz prejuízos para produtores de café conilon do Espírito Santo

Por Regional ES

07/04/2023 às 07:48:37 - Atualizado há
Matheus Cruz, cafeicultor de Itarana/ES

Os produtores de café conilon estão preocupados com o ataque de uma praga chamada broca da haste e que está causando prejuízos para as lavouras do Espírito Santo. A broca da haste provoca queda na produtividade e pode comprometer a safra de 2024. O cafeicultor Matheus Cruz percebeu o problema há dois anos, mas acredita que neste ano tem ocorrido com muito mais intensidade nos mais de 51.500 mil pés de conilon plantados em sua propriedade em Itarana.

Quer receber nossas notícias pelo WhatsApp? Clique aqui e participe do nosso grupo de notícias!

THOMAZINE

Acompanhe também no Instagram e no Youtube


Brocha da haste atinge plantações de café conilon no Espírito Santo


Safra de 2024 está comprometida

A colheita deste ano não chegou a ser afetada, mas a safra de 2024 está comprometida. Se não fosse a broca da haste, o produtor acredita que a safra renderia 5 mil sacas de café, mas com o atual cenário a estimativa fica em 1.300 sacas, diminuindo muito a produtividade.

"A produtividade diminui e os custos continuam altos, pois temos que gastar do mesmo jeito com insumos agrícolas. A sensação que fica é de desânimo porque não temos projeção de uma colheita satisfatória, além de faltar esperança porque não têm poucas pessoas querendo nos ajudar", disse Cruz.

Segundo ele, a broca da haste também já apareceu nos 13 mil pés de café plantados em janeiro de 2022. A primeira colheita, que será feita em 2024, renderia 500 a 600 sacas de cafés maduros, mas a broca da haste está reduzindo as expectativas.

A broca é um besouro marrom bem pequeno, até difícil de ser ver, mas que entra no galho do café para colocar os ovos, afetando diretamente a produção. As plantas atacadas não recebem os nutrientes necessários para se desenvolver adequadamente.

Clique aqui e siga o RegionalEs no instagram

O produtor Rômolo Demuner também detectou o problema em sua lavoura de café conilon em Santa Teresa. Segundo ele, alguns clones são mais suscetíveis do que outros e os primeiros sintomas de broca da haste começaram a surgir no ano passado. Ele acredita que as perdas de produtividade devem ocorrer na safra do ano que vem.

"Eu também atendo produtores da região e tenho visto que muitos também estão enfrentando este problema grave. Infelizmente ainda não existe um produto ou uma solução para resolver esta situação", ressaltou.

Para minimizar a situação na próxima safra, os técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) orientam os agricultores a retirada dos galhos atacados pelo besouro para evitar que a praga se espalhe ainda mais pelo cafezal.

Especialistas afirmam que incidência começa nos primeiros meses do ano

Durante o programa Agro Business, o engenheiro agrônomo Felipe Ruela Borges explicou que a praga ataca várias culturas, dentre elas, o cacau, o eucalipto e o café. No entanto, ainda não existe um produto específico para o combate.

"O produtor costuma confundir com a broca-do-café por elas serem semelhantes, mas é importante frisar que elas são diferentes. Ainda temos poucos estudos sobre elas e pouco trabalho para levar mais informações para o produtor", explicou.

Segundo ele, a incidência da broca da haste começa nos meses de fevereiro e março no campo, bem próxima à colheita, e a partir de abril e maio a tendência é de aumentar mais.

O pesquisador do Incaper, Paulo Sérgio Volpi, destaca que existem formas de melhorar a nutrição das plantas por meio do manejo correto da cultura.

"Além do controle, tem clones que são mais suscetíveis. Recomendamos que sejam usados clones que não tenham problemas, mas quando é detectado podemos fazer o controle natural com auxílio de uma tesoura para a retirada das ramas atacadas. Assim, reduz o índice de infestação. Também é possível dar preferência para colocar fogo nos ramos retirados porque assim elimina todas as larvas fêmeas adultas aptas a proliferação".

Stefany é engenheira agronôma e técnica em agronegócio. Neta de produtores e do interior rural, se tornou produtora de conteúdo sobre agronegócio e palestrante sobre inovação no setor, atuando como consultora de tecnologia e mídia para empresas rurais. É pesquisadora acadêmica nas áreas de gestão, agronegócio, irrigação, cacauicultura e outros.


Fonte: Folha Vitória
Comunicar erro
Regional ES

© 2024 Regional ES - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Regional ES