Diversos profissionais da área da enfermagem têm sido vítimas de tentativas de golpes no Espírito Santo. Os criminosos entram em contato para oferecer um emprego, mas as vítimas são informadas que precisam pagar um valor em cursos ou multas pendentes. O Conselho Regional de Enfermagem já recebeu 30 denúncias das ações dos golpistas.
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A enfermeira Mylena Canuto, de 24 anos, contou que na última quarta-feira (12) recebeu uma mensagem com uma oferta de emprego em um hospital de Vitória. O salário seria de quase R$ 5 mil para um cargo de supervisão.
Ela foi informada que para ocupar a vaga teria que fazer dois cursos no valor de R$ 700. A jovem desembolsou R$ 400 e disse que pagaria o restante ao finalizar o treinamento.
Mylena recebeu outra mensagem dos criminosos, informando que ela teria que pagar uma multa ao Conselho Federal de Enfermagem. Só então, a jovem desconfiou do golpe.
"Disseram que quando eu pagasse, já liberaria as pendências na hora e eu poderia fazer minha inscrição no curso. Eu percebi que poderia ser um golpe", relatou.
Outra vítima, de 35 anos, que prefere não ser identificada, contou que em 2022 fez vários cadastros em sites de recrutamento e, por isso, não suspeitou quando recebeu uma oferta de emprego. A profissional pagou R$ 700 aos criminosos e, depois, foi informada que teria que pagar mais R$ 1.200.
"Ele falou que era uma multa que eu tinha no Conselho Regional de Enfermagem. Fui no hospital onde seria a vaga e soube que não estava funcionando. Fui no Conselho, expliquei a situação e eles viram que eu não tinha nenhuma multa", disse.
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As duas vítimas ouvidas pela reportagem denunciaram o caso à polícia. O Conselho Regional de Enfermagem no Espírito Santo (Coren-ES) informou que já recebeu 30 denúncias, sendo que oito profissionais caíram no golpe.
O diretor do Coren-ES, Douglas Lírio, alerta que os cursos mencionados pelos golpistas devem ser disponibilizados pela empresa contratante e não pagos pelo profissional como condição para assumir uma vaga.
Ele lembra ainda que a função do Conselho Federal é de normatizar e fiscalizar o exercício da profissão e não de aplicar multas.
"É importante ressaltar que o Conselho Federal de Enfermagem não é um órgão que arrecada esse valor diretamente da categoria. O único que tem essa prerrogativa são os Conselhos Regionais", explica.
O Coren-ES orienta que os profissionais denunciem e, diante qualquer dúvida, procure informações diretamente no Conselho.
"Quando desconfiar, denuncie imediatamente à polícia. Caso afirmem que você tem algum tipo de débito com o Conselho Regional, procure o Coren-ES e tire a dúvida", orienta Douglas.
*Com informações da repórter Luana Damasceno, da TV Vitória/Record TV.
Folha Vitória