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Hospital de Nova Venécia é condenado após médico dizer que "pobre não suporta ar-condicionado"

Caso aconteceu em Nova Venécia, na região Noroeste do Espírito Santo; hospital apura internamente a postura do profissional durante atendimento

Por Regional ES

11/07/2023 às 21:08:25 - Atualizado há
Foto: Reprodução/ TJES

O Hospital São Marcos, de Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo, foi condenado a indenizar duas mulheres em R$ 3 mil após sofrerem preconceito por parte de um médico que atua na instituição, em 2019. Segundo as pacientes, tudo aconteceu antes de uma consulta no hospital, enquanto esperavam o médico responsável. Elas aguardaram por cerca de 10 minutos no ar-condicionado e como sentiam frio, pediram ao profissional que desligasse o aparelho.

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Nesse momento, o médico teria se negado a desligar o ar e dito às pacientes que "pobre é assim mesmo, não suporta ar-condicionado".

As pacientes disseram ainda que pensaram que o médico estava brincando, mas ele manteve a postura e continuou: "Não. Estou falando sério. Pobre não suporta ar-condicionado mesmo não. E se não gostaram, o problema é de vocês".

A atitude do profissional foi considerada altamente preconceituosa pelo juiz do Juizado Especial Cível, Criminal e da Fazenda Pública, que apontou a capacidade de causar dano moral, uma vez que o médico expôs as pacientes ao frio e atentou contra sua honra por meio dos comentários.

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Diante do caso, o juiz condenou o hospital ao pagamento das indenizações, uma vez que nenhuma medida foi tomada para coibir atitudes semelhantes no estabelecimento.

"Ressalto, ainda, que o hospital sequer tomou providências para apurar e responsabilizar o referido médico, concordando implicitamente com sua conduta e sendo omisso em relação ao seu dever de empregador, que é de coibir condutas desse tipo e promover atendimentos dignos e respeitosos aos seus usuários", afirmou o magistrado.
"Informamos que o Hospital São Marcos, entidade camiliana pautada nos princípios éticos e humanos de atendimento aos pacientes, acompanhantes e demais usuários do serviço, não compactua com a situação apresentada e apura internamente o ocorrido.
Atendemos em média quase 6 mil pessoas a cada mês, sendo 90% SUS, com valores que permeiam o respeito e a individualidade de cada um.
O caso ainda está na Justiça e entendemos que necessita de avaliação criteriosa de nossa instituição.
Reforçamos que tal atitude não condiz com os princípios camilianos de atendimento aos pacientes em todas as suas unidades de Saúde, incluindo os de Nova Venécia e região".


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