Já existe até pediatra em lista de espera para participar deste momento. Bebês devem ficar internados em Utin para ganharem peso assim que nascerem
O nascimento de sêxtuplos em um hospital de Colatina, na região Noroeste do Espírito Santo, gerará uma grande mobilização na unidade de saúde. O casal Quezia Romualdo, de 29 anos, e o marceneiro Magdiel Costa, de 31 anos, completou 17 semanas de gestação, considerada de risco.
O São Bernardo Apart Hospital, localizado no mesmo município, já começou a preparar a estrutura completa para que Théo, Matteo, Lucca, Henry, Maytê e Eloá sejam recebidos com toda a segurança e suporte médico necessários.
Segundo a organização, os bebês devem nascer prematuramente entre o final de agosto e o mês de setembro.
A diretora técnica do hospital, Júlia Mattedi, explica que além da parte humana, os equipamentos médicos necessários também estão sendo providenciados. Segundo estatísticas, cerca de 50% das gestações gemelares nascem prematuros.
"Vamos precisar de todo o suporte, é tudo multiplicado por seis. Serão seis pediatras, um para cada criança. Também já estamos comprando ventiladores mecânicos e incubadoras com umidificador. É como se a gente fosse montar uma segunda Utin dentro do hospital", afirma.
Segundo o médico Thiago Martinelli, que é obstetra de Quezia, a gravidez tem seguido de forma saudável. A mãe é avaliada semanalmente, com o monitoramento dos bebês por ultrassom.
Além disso, a partir da 20ª semana de gestação, se houver necessidade, Quezia será internada para garantir repouso e um acompanhamento médico diário.
"No caso dela, os bebês estão separados em seis placentas diferentes. Em alguns casos, parte desses bebês podem vir a ser idênticos, não todos. Mas a possibilidade da gente ter gêmeos idênticos é menor", narra.
Ainda assim, se houver necessidade, o hospital dispõe de um espaço reservado onde é possível montar uma segunda Utin. A ideia é que, ao nascer, as crianças permaneçam juntas.
"Temos o espaço físico onde era a antiga Utin, então de fato, se a gente precisar, temos condições de montar uma segunda Utin. A gente pode colocar essas crianças no mesmo ambiente. A ideia é que fiquem juntas, cada uma na sua incubadora, mas todas no mesmo setor", esclarece.
"Temos uma equipe grande de pediatras, que inclui também alguns professores do hospital escola da faculdade. Já existe uma disputa para colocar o nome na lista, todo mundo quer participar do momento. Tem até gente de fora pedindo para vir assistir o parto", conta a diretora técnica do hospital.
Além dos seis pediatras, também pode ser necessário contar com o apoio de médicos de outras especialidades. Por isso, a lista de profissionais de sobreaviso também inclui oftalmologista, cardiologista pediátrico, neuropediatra e até cirurgião pediátrico.
Após o nascimento, os seis bebês devem permanecer na Utin por alguns meses, até ganharem peso suficiente para ir para casa.
"Vamos imaginar que eles nasçam com 1kg cada um, é esperado que eles fiquem de dois a três meses só para ganhar peso. A média de ganho de peso é de 15 gramas ao dia, é bem devagarinho", projeta Júlia.
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