Fundo Mais Inclusão destina recursos para projetos de desenvolvimento nas Apaes do Espírito Santo
Um dos objetivos de todo o movimento apaeano é promover a real inclusão de pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla e autismo. Uma das formas que a Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES) encontrou foi a criação do Fundo Mais Inclusão. Criado em 2021, ele destina recursos próprios e originários de doações de parceiros. Até hoje, mais de R$ 450 mil foram utilizados.
"Cada município tem suas demandas e pontos fortes, por isso o Fundo Mais Inclusão destina os recursos para que cada local trabalhe dentro de suas características", explica o presidente da Feapaes-ES, Vanderson Gaburo.
Em muitos casos, o caminho rumo à autonomia da pessoa com deficiência passa pelo empreendedorismo. Muitos projetos desenvolvidos com recursos do Fundo Mais Inclusão oferecem cursos para fabricação de alimentos como doces, pães e outros itens.
A Apae de Santa Leopoldina, por exemplo, trouxe aulas de fabricação de luminárias com o projeto "Luz, Apae e Ação". Tudo é feito com materiais recicláveis.
Já em São Roque do Canaã, as atividades incluíram um Curso de Massagem Terapêutica. Além de aprenderem técnicas de massagem, os atendidos aprenderam técnicas de atendimento.
Em comum, todos os projetos estimulam a descoberta de novas habilidades, importantes para aqueles que trabalharão no próprio negócio ou em uma empresa.
O envolvimento da família também é fundamental na adaptação da pessoa com deficiência no mundo do trabalho. Por isso, muitos projetos incluem esse tipo de apoio. É o caso da Apae de Baixo Guandu, no Noroeste do Estado, que desenvolveu o projeto "Orientar para Incluir", que levou informação e esclareceu dúvidas de familiares.
"A família é parte muito importante no processo de inclusão da pessoa com deficiência no mundo do trabalho. É dali que vem o suporte para adaptação à nova rotina e resulta em alguém muito mais seguro no caminho para a independência", explica Vanderson.
Mapeamento
Conhecer as pessoas e seus pontos fortes é outro passo importante para a inclusão. Em Venda Nova do Imigrante, por exemplo, a Apae lançou o projeto "Tecendo Cartografias da Empregabilidade", que mapeia as habilidades e formações dos atendidos pela instituição. As informações colhidas são utilizadas para direcionar o trabalho de geração de renda e economia criativa.
Estímulo à inclusão
O Fundo Mais Inclusão faz parte do Programa Apae Mais, de estímulo ao fortalecimento das ações de gestão, tomada de decisão e qualificação dos serviços ofertados pelas Apaes e Coirmãs do Espírito Santo. Ele funciona como um grande guarda-chuva, sob o qual estão vários projetos, como o Fundo Mais Inclusão.
"Nosso objetivo com o Apae Mais é estimular o crescimento da criação de oportunidades nas Apaes e Coirmãs. É isso o que as pessoas com deficiência precisam", afirma Vanderson.
Os dois primeiros ciclos do Fundo tiveram como tema a empregabilidade. Em 2021, foram contempladas instituições das regiões Norte, Caparaó e Sudeste. No ano seguinte foi a vez das regiões Centro, Rio Doce e Serrana, contemplando toda a área de atuação da Apae no Espírito Santo.
Sobre a Feapaes-ES
A Federação das Apaes do Espírito Santo (Feapaes-ES) é uma instituição que trabalha desde 1992 para o fortalecimento das Apaes do estado. É formada por 42 instituições, sendo 40 Apaes, a Vitória Down e a Associação dos Amigos dos Autistas do Estado do Espírito Santo (Amaes). Atua na garantia de direitos, promoção da cidadania, e no assessoramento, formação e capacitação de profissionais que atuam no setor. Também articula Políticas de Assistência Social, Saúde e Educação, sempre honrando o compromisso com a inclusão e desenvolvimento de todos como cidadãos.
Já a história das Apaes no Espírito Santo teve início em 1965. Hoje, são atendidas mais de 9 mil pessoas com deficiência intelectual e múltipla, empregando direta e indiretamente mais de 2.500 profissionais.