Saúde

Medicamentos estão em falta nas Farmácias Cidadãs do ES

Hormônios para o crescimento e remédios para esquizofrenia estão escassos, o que deixa usuários apreensivos sobre a continuidade dos tratamentos

Por Regional ES

01/08/2023 às 07:31:26 - Atualizado há
Foto: prefeitura colatina

Medicamentos de alto custo, de uso contínuo e que não podem ser interrompidos estão em falta nas Farmácias Cidadãs do Espírito Santo. Dentre eles, hormônios usados para o crescimento de crianças e adolescentes e para doenças mentais crônicas, como a esquizofrenia.

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A ausência dos remédios tem causado dor de cabeça e indignação por quem necessita deles para o tratamento, seja próprio, seja de algum membro da família, uma vez que a situação se estende desde a pandemia.

Ao todo, as Farmácias Cidadãs disponibilizam cerca de 300 medicamentos. Destes, 20 estão em falta na Serra, 17 em Vila Velha, e na capital Vitória, a escassez é de 19 remédios.

A autônoma Zenilda Machado Castelo necessita do medicamento somatropina, um hormônio de crescimento, para o tratamento da filha, uma adolescente de 13 anos. Acontece que o medicamento se tornou uma raridade.

"Eu venho todo mês buscar, é um hormônio de crescimento, porque ela aos 9 anos não chegava nem na primeira linha do gráfico de crescimento. Só que é uma corrida, porque você pega em um mês e no outro já está em falta. Eu vim buscar no dia 3, não tinha, remarquei para o dia 7, não tinha", disse.

O medicamento que a filha da autônoma consome é de 12 unidades, mas a necessidade fez com que usassem o que aparecesse, como o de quatro unidades, o que acaba prejudicando outras pessoas.

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De acordo com ela, a ausência causa impotência e ansiedade, uma vez que a descontinuação do medicamento pode fazer com que todo o tratamento, utilizado há quatro anos seja em vão.

A possibilidade de adquirir o hormônio em uma farmácia comum está fora de cogitação, levando em consideração o alto custo do medicamento.

"A gente se sente impotente, porque é um direito nosso, a saúde e a educação. Nós pagamos impostos e não temos acesso. Votamos em governador, na hora de pedir voto, todo mundo aparece. Gostaria de perguntar ao secretário de saúde, ao governador se eles sabem como é ter uma filha que toda uma agulhada toda noite", afirmou.

Medicamentos em falta desde o início da pandemia

Acontece que seis dos medicamentos oferecidos pela Sesa estão em falta e 13, que são disponibilizados pelo Ministério, também não estão no estoque. Dentre eles, a somatropina.

"A somatropina, nós temos de quatro unidades, que está sendo entregue, só que em quantidades fracionadas, Isso tem causado muito tumulto, muita dificuldade das pessoas, porque recebemos uma quantidade menor, não supre todo o consumo e a de 12 está em falta e não tem previsão de entrega, que é o Ministério que adquire, as pessoas têm trocado a receita", disse.

"É importante ressaltar que a aquisição destes medicamentos de componente especializado é feita tanto pelo ministério da saúde, quanto pela gestão estadual. Só que a partir da pandemia, percebemos um problema muito grande de aquisição de medicamento. Seja por fabricação descontinuada, por insumos que estão em falta no mercado, este problema hoje está muito grande", afirmou.


A gerente explica que uma grande preocupação da secretaria são medicamentos para esquizofrenia, uma vez que os estados normalmente não compram estes remédios, por serem disponibilizados pelo Ministério.

Outros remédios devem chegar até meados de agosto. "Outros medicamentos que ainda estão em falta, estamos nos esforçando ao máximo para diminuir o transtorno. Há remédios que não têm substitutos, outros sim, na própria Farmácia Cidadã", disse.

*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record TV

Fonte: Folha Vitória
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