Na prática, o Drex funcionará como um "primo" do Pix, mas com diferentes finalidades e escalas de valores
O Banco Central anunciou, na última segunda-feira (7), que a primeira moeda digital do Brasil, equivalente ao dinheiro em circulação, se chamará Drex. A moeda virtual oficial ainda está em teste, e a expectativa é que seja lançada no fim de 2024, modernizando o sistema bancário e o modo de lidar com o dinheiro.
Segundo o Banco Central, cada letra do real digital equivale a uma característica da ferramenta. O "D" representa a palavra digital; o "R" representa o real; o "E" representa a palavra eletrônica; e o "X" passa a ideia de modernidade e conexão, além de repetir a última letra do Pix.
O Drex será uma moeda virtual de uma categoria chamada de CBDC (do inglês, Central Bank Digital Currencies; a sigla pode ser traduzida para o português como "moedas digitais de banco central").
Será uma versão digital da moeda soberana do Brasil, produzida e regulada pelo Banco Central, seguindo as regras do Sistema Financeiro Nacional e da política monetária brasileira.
O Banco Central afirma esperar que todos os participantes do teste-piloto do real digital que começou em março estejam conectados ao sistema, os chamados nós validadores, até meados de agosto, para que os testes em si sejam iniciados em setembro.
A primeira fase do teste será a interação entre a CBDC e o real "tokenizado", espécie de representação digital dos depósitos bancários e dos saldos de instituições de pagamento que serão usados no varejo.
A paridade permanecerá sempre de um para um, ou seja, cada real digital terá o mesmo valor de um real físico.
O Drex terá a tecnologia blockchain, ou seja, uma série de códigos armazenada em diferentes computadores que garantirá a posse do dono em sua carteira.
Segundo o coordenador da iniciativa no BC, Fabio Araújo, a vantagem do real digital é que ele vai diminuir os intermediários nas transações virtuais.
Apesar de ser digital e utilizar a tecnologia blockchain, o Drex não terá o mesmo funcionamento do Bitcoin ou do Ethereum, por ter uma "produção" centralizada pelo Banco Central brasileiro e ter paridade fixa com uma moeda física.
Segundo Fabio Araújo, o Drex terá custos para ser utilizado em serviços financeiros — porém menor do que os existentes hoje em dia.
Em pouco mais de três anos, o número de bancos centrais que estudam a criação de suas próprias moedas digitais saltou de 35 para 130, segundo o Atlantic Council. Os países que estão discutindo a emissão das moedas digitais são responsáveis por 98% do PIB global. Entre eles, 42 estão em fase de pesquisa, 32 em fase de desenvolvimento, 21 lançaram pilotos e 11 já possuem versões finalizadas.
Com informações da Agência Estado e Agência Brasil.