Esportes Campeão nos 3.000m

Atleta olímpico é o novo campeão das Dez Milhas Garoto

Com duas Olimpíadas no currículo, paulista Altobeli Santos da Silva, de 33 anos, vence as Dez Milhas Garoto e dá ao Brasil o segundo título consecutivo

Por Regional ES

24/09/2023 às 14:09:54 - Atualizado há poucos minutos

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória - Pódio completo da categoria elite masculina das Dez Milhas Garoto: Altobeli da Silva foi o campeão

Altobeli Santos da Silva já competiu nos principais palcos do mundo no atletismo. Campeão nos 3.000m com obstáculos no Pan de Lima/2019, finalista olímpico na mesma prova no Jogos Olímpicos do Rio/2016 e atleta com participação também na Olimpíada de Tóquio/2022, o paulista de 33 anos acaba de acrescentar mais uma conquista ao currículo: campeão das Dez Milhas Garoto.

Num palco bem diferente das pistas de atletismo onde está acostumado a competir, ele brilhou correndo entre as ruas de Vitória e Vila Velha para completar os 16,093km em 50min24, dando ao Brasil o segundo título seguido da prova. Campeão em 2022, Giovani dos Santos chegou em segundo lugar este ano, com 50min49, seguido pelo tanzaniano Decta Bonephance, que chegou em 51min00.

"É a minha segunda vez aqui. A primeira vez foi em 2013. Eu não tinha muita experiência, estava iniciando na elite. Hoje tava muito quente, muito difícil, mas hoje sou um atleta experiente. Eu treino no calor, na chuva, no frio. Eu me adapto a todo tipo de clima. O atleta que não for inteligente e com certa experiência em provas difíceis assim não vai pro pódio. Eu tô muito feliz", comemorou Altobeli.

Altobeli acompanha Johnatas Cruz, que liderou boa parte da prova, mas passou mal devido ao calor

O forte calor citado pelo campeão da prova foi um dos principais adversários dos 13 mil participantes da corrida. O termômetro marcou 28ºC durante a corrida, mas com sensação térmica superior. Uma das vítimas do calor foi o mineiro Johnatas de Oliveira Cruz, que liderou boa parte da prova, mas sentiu o desgaste, passou mal e ficou pra trás na segunda metade da corrida, após a descida da Terceira Ponte.

"O calor pegou. Eu já sabia, pois vi a previsão para o horário da prova. Fiquei atento e eu tava aguardando os 40ºC. Me preparei psicologicamente, fiz uma prova estratégica e fiquei ali aguardando. Vi muitos atletas saindo na frente, puxando o ritmo, eu pensei em fazer a minha prova. E deu certo", analisou Altobeli.

Emoção a mais correndo nas ruas

Com duas Olimpíadas no currículo, medalhas em Jogos Pan-Americanos e 14 vezes campeão do Troféu Brasil de Atletismo, Altobeli confessa que correr na rua tem um gostinho especial. Ele aprovou o apoio que recebeu de milhares de torcedores no entre a largada na praia de Camburi, em Vitória, e a chegada na fábrica da Chocolates Garoto, na Glória, em Vila Velha.

"Participar uma Olimpíada é muito mais motivação, óbvio. Mas é só Olimpíada, Pan-Americano... As competições de atletismo de pista no Brasil não têm muito público. O público não vai assistir, não vai acompanhar, são muitas provas acontecendo ao mesmo tempo e o pessoal não presta atenção no que tá acontecendo. Rua não! Aqui foram 13 mil participantes, a galera assistindo, acompanhando, a galera gritando! É uma coisa diferente. É muito bacana, cara! Onde você vê duas mil pessoas assistindo a uma prova de pista no Brasil? Não tem. Mas aqui você vê 13 mil pessoas correndo uma prova de rua e acompanhando, perguntando quem foi o campeão. É outra "vibe"! Eu gosto de correr rua porque é contagiante, além, claro, da premiação. Tem essa energia que mexe com a gente. Às vezes, a gente tá cansado e vai na emoção dessa galera!", contou.