Segundo o Climatempo, ela é resultado de um bloqueio atmosférico causado pela persistência de um grande sistema de alta pressão sobre uma área
Os moradores do Espírito Santo estão sentindo as consequências do calor intenso durante o final do inverno e do começo da primavera no Estado. A situação, segundo o Climatempo, é caracterizada por uma "onda de calor".
Conforme a empresa de meteorologia, essa onda de calor é o resultado de um bloqueio atmosférico causado pela "persistência de um grande sistema de alta pressão atmosférica sobre uma grande área". A situação ocorre por vários dias.
"Além disso, a alta pressão atmosférica deixa o ar seco, inibe o crescimento e formação de nuvens e a ocorrência de chuva", explicam os meteorologistas do Climatempo.
No caso do Brasil, as alterações na circulação dos ventos sobre o país, impedem a mistura do ar quente com o ar mais fresco trazido pelas frentes frias, que estão sendo desviadas para alto mar após atuarem com força sobre o Rio Grande do Sul.
Além disso, de setembro a novembro, o Hemisfério Sul é mais aquecido pelo Sol e faz com que a primavera seja uma estação de muito calor.
No Tocantins e no interior do Nordeste, o calor intenso, de 40°C ou mais, já é comum nesta época do ano e não pode ser propriamente associado a esta onda de calor que se instalou sobre o Brasil no final do inverno de 2023.
Sim! O risco de novas ondas de calor é provável, ainda mais no mês de outubro. Os sistemas de alta pressão atmosférica podem voltar a ficar estacionados sobre o Brasil durante outros períodos, até o final da primavera, gerando novas situações de bloqueio atmosféricos e outras ondas de calor.
As altas temperaturas são causadas por influência do fenômeno El Niño, ele diminui a frequência das pancadas de chuva e isso também ajuda a manter o ar mais quente do que o normal sobre o Brasil.
A chuva e a nebulosidade são importantes reguladores da temperatura diária. Menos nuvens, menos chuva resultam em mais hora com sol forte e mais calor.
"A mudança na circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, causadas pelo fenômeno, altera o caminho normal das frentes frias sobre a América do Sul. Assim fica mais difícil a mistura do ar quente com o ar frio, de origem polar, que eventualmente possa chegar ao Brasil com as frentes frias", ressalta.
O aquecimento anormal do oceano Atlântico Norte observado em 2023 tem influência direta no clima do Brasil.