Uma operação registrou um aumento de 10% no desmatamento da Mata Atlântica no Espírito Santo. A maior parte dessas irregularidades foi registrada nas regiões Serrana e Norte do Estado. Alguns proprietários de terra chegaram a tentar esconder algumas dessas áreas desmatadas.
Ao todo, 18 municípios foram fiscalizados entre os dias 11 e 22 de setembro. Grande parte dos casos de desmatamento foi encontrada nas porções Serrana e Norte do Espírito Santo
"Tinha uma desconfiança de um desmate e pela estrada não era possível ver porque o entorno estava conservado. Então os fiscais com o uso do drone identificaram que a floresta estava sendo raleada bem no centro dela em uma tentativa de enganar os fiscais", explicou Ahnaia Silva, gerente de licenciamento do Idaf.
Além disso, também foram registrados 13 hectares de área queimada ilegalmente. "A Mata Atlântica tem 70% da sua biodiversidade em área privada, então isso é o dificultador, você não consegue o tempo todo fiscalizar essa área, mesmo hoje tendo mecanismos de monitoramento via satélite", apontou o promotor de Justiça Marcelo Lemos Vieira
Ninguém foi preso, mas todos os investigados foram multados. O total de multas aplicadas chega perto de R$ 500 mil (R$ 495.765,09). No ano passado, a mesma operação multou bem mais e chegou a R$ 1,2 milhão.
Especulação imobiliária e pastagem
Outros casos não foram contabilizados pela operação, como as ocorrências em Iúna, no Sul do Estado, na última quarta-feira. Na ocasião, 0,3 hectare de mata nativa em regeneração foi queimada irregularmente.
A Mata Atlântica é o único bioma do Espírito Santo e cerca de 10% do território capixaba está sob proteção.
"Geralmente eles alegam que não tem informação, achavam que poderia ser feito o desmatamento, mas também não procuram os órgãos para se informar", explicou o tenente-coronel Wanderson Machado Luchi, que é comandante da Polícia Militar Ambiental.
Os locais foram interditados e as autoridades vão acompanhar a recuperação das terras. A operação "Mata Atlântica em Pé" acontece em 17 estados e envolve órgãos de fiscalização como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Polícia Militar Ambiental e Ministério Público.
* Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/RecordTV.
Folha Vitória