O Ministério da Saúde anunciou a inclusão do tratamento de pessoas no espectro na Política Nacional da Pessoa com Deficiência (PNPD). Mais de R$ 540 milhões serão investidos na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência.
Um grande marco. Deste montante, os Centros Especializados em Reabilitação (CER) habilitados na modalidade intelectual e que prestam atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) receberão 20% no custeio mensal para o cuidado com autistas.
A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência poderá, dessa forma, amplificar muito mais o seu trabalho. O Sistema Único de Saúde (SUS) abarca essa rede que conta com 300 Centros Especializados de Reabilitação.
Embora já existam marcos legais garantindo os direitos das pessoas autistas, o preconceito, falta de informação e a dificuldade de acesso ao tratamento ainda são barreiras para muitas pessoas. E o diagnóstico e início de tratamento realizados cedo são essências para a melhoria da qualidade de vida em casos mais avançados.
Um artigo do Instituto Neurosaber, por exemplo, diz que pesquisas em diversos países apontam que o diagnóstico do TEA costuma ser feito no início da vida escolar. E o SUS pode auxiliar desde os momentos de busca por diagnóstico.
Em caso de suspeita de TEA, vá até a Unidade Básica de Saúde mais próxima de você. Lá, uma equipe de Atenção Primária realizará o atendimento inicial. Havendo necessidade, o paciente é encaminhado para a Atenção Especialidade em Reabilitação.
Lá, é realizada uma avaliação biopsicossocial na busca de um diagnóstico mais amplo e correto, pois é realizada por uma equipe multidisciplinar. Através dela, são identificadas as potencialidade e necessidade do paciente, sua família e contexto de vida. E, a partir daí, é elaborado o Projeto Terapêutico Singular (PTS).
Segundo o Ministério da Saúde, "o PTS é desenvolvido por meio do trabalho multiprofissional e interdisciplinar, com foco no planejamento da reabilitação, definição de objetivos terapêuticos e a indicação do uso de recursos e metodologias terapêuticas a serem adotadas".
A Inclusão do tratamento do Transtorno do Espectro Autista na Política Nacional da Pessoa com Deficiência é resultado de consulta pública feita pelo Ministério da Saúde entre maio e junho passados.
Em entrevista ao site do Governo Federal, a diretora do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde Suzana Ribeiro falou sobre mudanças nas demandas da sociedade sobre a saúde pública. " transtorno do espectro autista hoje tem um entendimento muito maior por parte da sociedade em relação à necessidade de atendimento, de acesso e oferta de serviços".