Proposta da Direção-Geral da Aviação Civil , segue aberta para comentários até quinta-feira, quer evitar falsos positivos no teste do bafômetro
Tripulações inteiras podem acabar sendo proibidas de usar perfume na Índia. A medida, que está aberta para comentários até esta quinta-feira, foi proposta pela Direção-Geral da Aviação Civil (DGCA, na sigla em inglês), órgão que regula o setor de aviação civil no país, e nada tem a ver com vaidade ou até possível desconforto com a fragrância — mas sim, com o álcool presente na composição do cosmético.
No Requerimento de Aviação Civil (CAR, na sigla em inglês), emitido nas Regras da Aeronave em 1937, a tripulação era proibida de consumir bebidas alcoólicas, sedativos, drogas ou qualquer tipo de estimulante até 12 horas antes do voo ou preparadas durante a viagem. Em requisito mais recente, de 2015, outras substâncias, como o enxaguante bucal já estavam presentes.
Agora, de acordo com o regulamento proposto pela DGCA, citado pelo The Hindu, "nenhum membro da tripulação deve consumir qualquer droga/formulação ou usar qualquer substância, como enxaguante bucal/pasta de dente/perfume ou qualquer outro produto que tenha conteúdo alcoólico", mencionando especificamente o perfume.
O endurecimento das diretrizes busca evitar um falso positivo no teste do bafômetro, o qual, em todos os voos originários da Índia, tanto os membros da tripulação de voo quanto os membros da tripulação da cabine, são obrigados a realizar, informa o CAR, citado pelo jornal indiano.
— Se você estiver usando um produto que contenha álcool, o bafômetro pode detectar essa concentração e reportar um falso positivo. Produtos que contêm álcool incluem pasta de dente, loção pós-barba, álcool em gel, alvejante, enxaguante bucal, perfume e colônia. Até mesmo borrifar repelente contra insetos pode produzir um falso positivo — observou Daniel.
Alguns países têm endurecido as políticas sobre álcool e pilotagem. Nos Estados Unidos,, a companhia aérea United Airlines anunciou em 2019 que os pilotos poderiam beber apenas até 12 horas antes de embarcar. Segundo o Washington Post, a medida é até mais severa que os regulamentos federais, que impõem 8 horas.
No Japão, a empresa Japan Airlines também anunciou em 2018 medidas mais rígidas para controlar o consumo de álcool e evitar violações, como novos sistemas de bafômetro em aeroportos estrangeiros e penalidades para a tripulação, informou a BBC News.