Daniel Christ morreu no último sábado, aos 44 anos, em Viana, vítima de embolia pulmonar. O pai dele, Guido Christ, de 80, morreu cerca de 4 horas depois
Vítima de uma embolia pulmonar, o pintor de móveis Daniel Christ morreu no último sábado (7), aos 44 anos, em Viana, deixando esposa e uma filha de apenas dois meses de vida.
No mesmo dia, o pai dele, Guido Christ, de 80 anos, também morreu, após sofrer um infarto. A morte de pai e filho ocorreu em um intervalo de apenas quatro horas.
Por causa da morte repentina do companheiro, Gésika Bino de Vasconcellos, viúva de Daniel, iniciou uma vaquinha pela internet, para arrecadar fundos para ajudar a pagar as despesas do enxoval da pequena Antonella.
"O Daniel era o provedor do nosso lar, era responsável por praticamente 80% da nossa renda. Como não tínhamos uma reserva, estou pedindo essa ajuda para quitar todas as dívidas do cartão e, a partir daí, iniciar uma nova vida".
As doações para a vaquinha online podem ser feitas por meio deste link. A meta é arrecadar R$ 35 mil.
Até as 13h40 desta terça-feira (10), 124 pessoas haviam feito doações, somando um total de R$ 7.345,33.
De acordo com a esposa, o atestado de óbito indica que Daniel teve uma embolia pulmonar, provavelmente provocada por varizes nas pernas.
Ela conta que o companheiro praticava esportes e estava no ápice da vida, com o nascimento da filhinha do casal. No entanto, ele tinha um histórico de problemas com varizes.
Segundo Gésika, o companheiro já havia passado por uma cirurgia há cerca de dez anos, antes mesmo de se conhecerem, e que recentemente voltou a se queixar de que as veias de suas pernas estavam altas novamente.
"Como é uma cirurgia complexa, ele ainda brincou comigo, dizendo que iria deixar para fazer a cirurgia para depois do nascimento da nossa filha. Ele dizia: 'vai que eu morro antes do nascimento dela?'", lembra.
Daniel trabalhava como pintor de marcenaria. A viúva conta que, no sábado, ele transportava uma placa em seu carro e, no caminho, essa placa acabou caindo na via.
Após pegar o objeto na rua e voltar com ele para o carro, Daniel começou a se queixar de dores do lado direito do peito e a passar mal. Um marceneiro que o acompanhava foi quem o levou para casa.
"Ele tinha vomitado e estava tremendo e suando frio. Falamos para ele descansar, mas ele queria fazer outras coisas. Até que, no fim da tarde, a dor ficou mais forte e ele disse que ia esperar o pai dele chegar da igreja para levá-lo ao PA. Quando o pai chegou, ele já entrou no carro".
Gésika conta que, no trajeto, Daniel já caiu desfalecido no colo de Guido, que, inicialmente, achou que ele havia desmaiado.
No entanto, ao chegarem ao Pronto Atendimento de Arlindo Villaschi, em Viana, foi constatado que o pintor já estava sem vida.
"Uma irmã do Daniel me ligou, dizendo que o pai dela precisava que eu fosse ao PA ajudá-lo. Peguei uma carona com um primo dele e fui até lá. Quando cheguei, o seu Guido cruzou as mãos e me disse: 'Daniel se foi'. Achei que ele estivesse mentindo, porque ele estava muito tranquilo".
Horas depois, quando estava em casa separando a documentação do plano funerário que pagava, Guido começou a sentir dores no peito e ânsia de vômito. Ele foi levado para o hospital, mas não resistiu.
"O seu Guido era muito ativo, ia sempre ao mercado, fazia seus joguinhos na loteria. Mas, pela idade avançada, já estava com o coração bem debilitado. O fato do filho ter morrido no colo dele certamente o abalou bastante e foi determinante para que ele passasse mal", disse Gésika.
Pai e filho foram velados na tarde de domingo (8), na Igreja Matriz, em Vila Bethânia, que era frequentada pelos dois. Em sua conta no Instagram, a Paróquia Santa Clara de Assis divulgou uma nota de pesar pelo falecimento dos dois membros.