Este é o desdobramento da operação que teve início há pouco mais de um mês, em uma fábrica localizada em Cariacica
A segunda fase de uma operação que investiga fraudes na venda de papel higiênico e papel toalha foi deflagrada na última quarta-feira (18) em oito lojas no Espírito Santo.
A operação é um trabalho em conjunto da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) com o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-ES) e o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Espírito Santo (Ipem-ES).
Este é o desdobramento da operação, que teve início há pouco mais de um mês, em uma fábrica de papel higiênico e papel toalha em Cariacica. A denúncia é a de que a empresa fornecia produtos com informações falsas nas embalagens, com medidas inferiores à descrição.
As informações foram passadas pela Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa, que foi quem fez a denúncia de fraude.
"Houveram casos muito emblemáticos, como dessa marca Benn, que nas embalagens vinha dizendo que era 1 mil toalhas, a partir do momento desta investigação, começaram a colar adesivos, falando, por exemplo, que eram 40% menos. Ou seja, a questão é que é uma diferença muito grande. Papel higiênico de 300m, que tinha 180m. Essa embalagem com papel toalha, que a princípio mil toalhas, mas era 600, 30%, 40%, às vezes 50% a menos", afirmou o deputado estadual Vandinho Leite (PSDB), relator da denúncia.
De acordo com o parlamentar e o titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, delegado Eduardo Passamani, responsável pela investigação, a prática parece ser comum a este tipo de mercado.
Segundo eles, em todos os comércios analisados, foram encontrados produtos que as embalagens não condiziam com o conteúdo. As irregularidades da marca catarinense Ecofit, inclusive, foram aferidas in loco, nas próprias lojas.
"É um processo com o objetivo de efetivamente fraudar o consumidor, o que chama a atenção de todos nós, é que parece uma questão do setor. Você não consegue encontrar quem trabalha certo. Essa questão desses papeis. Tudo que a gente para para investigar tá errado. Todas as empresas que investigamos, de diversos locais do país, todas elas trabalhando com quantidade menor do que efetivamente elas entregam para o consumidor", afirmou o parlamentar.
De acordo com o diretor técnico do Ipem-ES, Mário Louzada, as informações sobre os produtos devem estar nas embalagens e estas informações devem ser condizentes com o conteúdo do pacote.
"Todo produto tem que ter o nome do fabricante em português, quantitativo de metragem ou de toalhas em cada pacote e o tamanho dela. No caso destes produtos, não tinha nada disso. Só tinha o fabricante e o CNPJ. Alguns produtos tinham quantitativo, mas em um pacote tinha 1 mil toalhas e em outros, tinha 600", disse.
Segundo o diretor, as empresas investigadas atuam com o mesmo método de fraude. E, de acordo com ele, tudo indica que este é um problema nacional e que o problema será repassado ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Ainda segundo a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa, a empresa também era fornecedora de papel higiênico para a Secretaria de Estado da Saúde.