Política (TCES)

Vaga no Tribunal de Contas começa a ser discutida em janeiro, diz Casagrande

Por Regional ES

08/12/2023 às 09:06:38 - Atualizado há
Casagrande na despedida de Sérgio Borges / crédito: Ascom-TCES

O governador Renato Casagrande (PSB) disse à coluna De Olho no Poder que vai começar a conversar sobre o preenchimento da vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCES) em janeiro, após a oficialização da saída do conselheiro Sérgio Borges da Corte.

Na última quinta-feira (07), ocorreu uma concorrida e prestigiada sessão de despedida e homenagem a Borges no Tribunal. Marcada por muita emoção, o auditório ficou lotado de amigos, familiares e autoridades. Até o ex-governador José Ignácio compareceu. Em janeiro, o conselheiro completa 75 anos e será aposentado compulsoriamente.

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Casagrande falou com a coluna ao chegar para a sessão: "Não fizemos nenhuma conversa ainda. Não dá pra conversar enquanto a pessoa está na função, né? Acho que a Assembleia vai abrir as conversas e podemos ajudar nessa conversa, porque a vaga é da Assembleia. Acho que no mês de janeiro vamos iniciar", disse Casagrande.

Cauteloso e medindo bem as palavras, o governador afirmou que não irá tomar a iniciativa das conversas, convocando os deputados no gabinete, uma vez que a vaga é da Assembleia (o que ele repetiu várias vezes). Mas disse que poderá atuar na construção de um nome, juntamente com os deputados.

Questionado se poderia ser alguém de fora da Assembleia, Casagrande se esquivou: "Não posso opinar nisso". E disse que ninguém ainda lhe procurou para mostrar interesse pela vaga. "Não, ainda não. Porque eu não abri nenhuma conversa, não aceitei nenhuma conversa sobre esse assunto. Acho que devemos esperar esse processo do Tribunal de Contas concluir", disse o governador.

Sérgio Borges em sua última sessão no TCES

A coluna mostrou, na última quarta-feira (06), que há pelo menos quatro nomes ventilados para herdar a cadeira de Sérgio Borges: a chefe de gabinete de Casagrande, Valésia Perozini; o secretário da Casa Civil, Davi Diniz (o mais cotado); e os deputados Dary Pagung e Janete de Sá – os dois do PSB. Alguns, inclusive, já teriam ido até os conselheiros, sondar o terreno, e Davi e Dary bateram cartão, ontem, na sessão de despedida de Borges.

Embora tenha dito que não irá tomar a iniciativa para convocar os deputados sobre o assunto, o governador avaliou que as conversas sobre o indicado para a vaga, serão amplas. "Nós vamos conversar com mais gente desse cenário também, além do presidente da Ales. Com o presidente da Assembleia, Marcelo Santos, com certeza".

ASSEMBLEIA SERÁ COMUNICADA EM JANEIRO

Assim que o conselheiro Sérgio Borges completar 75 anos, no dia 8 de janeiro, a Assembleia Legislativa será comunicada da vacância da vaga, segundo informou o presidente do Tribunal de Contas, Rodrigo Chamoun.

Em entrevista para a coluna, ao final da sessão de despedida, ele disse que provavelmente, o comunicado deve ocorrer no mesmo dia do 75º aniversário de Borges.

Presidente do TCES, Rodrigo Chamoun

"Se eu não me engano, é no dia 8 de janeiro. Aí o Tribunal informa a Assembleia sobre a vacância. Pode até ser no mesmo dia, vai depender do próximo presidente. Depois daí é com a Assembleia", explicou Chamoun, afirmando que não haverá intervalo entre a vacância da vaga e a comunicação aos deputados. Em janeiro, a Assembleia Legislativa estará de recesso parlamentar.

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A comunicação ficará a cargo do próximo presidente do Tribunal de Contas, Domingos Taufner, que toma posse na quinta-feira que vem (14), às 10 horas – a posse seria na próxima segunda-feira (11), mas precisou ser adiada após Taufner testar positivo para Covid. Ele nem compareceu ontem à despedida do colega Sérgio Borges.

Questionado se já deu início a "romaria" de pré-candidatos à vaga na Corte de Contas, Chamoun respondeu, rindo, que pelo menos na porta dele ninguém ainda bateu.

"SÓ DEPOIS DO CARNAVAL"

Se depender do presidente da Assembleia, Marcelo Santos, não haverá pressa no preenchimento da vaga que será aberta com a saída de Sérgio Borges da Corte de Contas. Ele também participou, ontem, da sessão de despedida do conselheiro – que também atuou como deputado – e disse que o processo deve ser tocado somente após o Carnaval.

Presidente da Ales, Marcelo Santos

"Enquanto eu não receber o comunicado oficial do Tribunal de Contas, não farei qualquer especulação. Não discuti isso internamente. Como o prazo compete à Mesa Diretora, então, só vou discutir isso a partir do momento em que eu for comunicado da vacância. Possivelmente, nós faremos isso no pós-Carnaval", disse Marcelo Santos.

No ano que vem, o Carnaval está marcado para o dia 13 de fevereiro (terça-feira) e, segundo o presidente do TCES, a Ales deve ser comunicada da vacância da vaga em janeiro. Isso significa que Marcelo Santos não pretende interromper o recesso parlamentar para tratar de quem será o próximo conselheiro – embora as articulações já estejam ocorrendo nos bastidores.


"Eu não tenho prazo. O prazo é decisão minha. Naturalmente, vou discutir com alguns atores, vou conversar com o governador, conversar inclusive com os conselheiros. Quero fazer algo que não mude o caminho que estamos hoje, num conjunto de forças, de independência dos poderes, mas também de harmonia. Manter essa harmonia é fundamental para o Espírito Santo, para a classe política, para o cidadão comum", disse Marcelo.

Perguntado sobre a defesa de alguns deputados, ouvidos pela coluna, para que a vaga fique com um parlamentar, uma vez que a cadeira é da Assembleia, Marcelo disse que é legítima, e que esse ponto também será debatido com os pares e com o governador.

Segundo o presidente, o processo todo de discussão – abertura de prazo, inscrição de candidatos e a eleição de fato – deve durar em torno de dois meses a partir do momento que for dada a largada. "Não há pressa e nenhuma cobrança sobre isso", disse. Realmente, cobrança, ao menos por ora, não há. O que existe é uma enorme ansiedade que já toma conta dos corredores da Assembleia.

Como a coluna já noticiou, o posto de conselheiro do Tribunal de Contas é o emprego dos sonhos de muitos políticos. Cargo vitalício (até os 75 anos), salário de R$ 37.589,96 mais benefícios, duas férias por ano? É o "ganhar na loteria", para melhor entendimento de quem é de fora. Resta saber agora quem deverá ganhar esse prêmio.


Fonte: Folha Vitória
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