Atualmente, apenas 4.580 litros de água por segundo estão passando pelo manancial; normal deveria ser de 250 mil litros de água por segundo
Em meio à falta de chuva e escassez de água, o Rio São Mateus, no Norte do Espírito Santo, tem enfrentado uma situação crítica. Devido às consequências das mudanças climáticas acentuadas pelo fenômeno El Niño, a vazão do manancial está em 2%, o que significa que apenas 4.580 litros de água por segundo estão passando pelo rio – uma realidade que deveria ser de 250 mil litros de água por segundo.
Em imagens feitas por um telespectador da TV Gazeta no quilômetro 23, na zona rural de São Mateus, em dezembro de 2022, é possível observar o rio cheio. Um ano depois, a situação no mesmo local é diferente, como é possível observar no comparativo abaixo.
Apesar da vazão baixa, o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), René Michel, garantiu que não há risco de faltar água nas casas dos moradores de São Mateus. No entanto, ele reforçou que é preciso conscientização da população.
"O uso de água, independente de época de chuva ou não, deve ser de acordo com a necessidade e o uso do bom senso. É uma época de que não se deve lavar carros e calçadas, por exemplo, porque isso sim é um desperdício. Então é preciso usar de acordo com a necessidade", disse o diretor em entrevista à TV Gazeta.
Devido à escassez, O Governo do Espírito Santo, por meio da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), publicou no Diário Oficial no último dia 8 um decreto de estado de alerta por causa da falta de chuva no Estado.
"Se estivéssemos em condições normais, as chuvas já deveriam ter começado mais consistentes desde o final de outubro. No entanto, a vazão dos rios do Norte do Estado caíram de forma significativa. Dessa forma, o rio vai ficando 'magrinho', e isso pode gerar uma série de problemas", explicou o diretor-presidente Agerh, Fábio Ahnert.
Além do Rio São Mateus, o Rio Doce, que passa pelas cidades de Baixo Guandu, Colatina e Linhares, está com vazão de 17%. Em Jaguaré, no Norte do Estado, a estação central da Bacia do Jundiá, que abastece seis mil casas na área urbana da cidade, está com volume baixo e, por isso, o município iniciou um sistema de racionamento de água na última quarta-feira (13), entre 20h e 23h.
Na última segunda-feira (11), a cidade de Barra de São Francisco, no Noroeste do Estado, também iniciou racionamento do consumo de água, com interrupção diária do abastecimento da rede pública das 21h às 5h. O decreto tem validade de 30 dias, podendo ser prorrogado ou reduzido de acordo com a situação da falta de chuva e escassez.
Com informações do repórter Isaac Ribeiro, da TV Gazeta