O deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos) esteve nesta quinta-feira (15) com o governador Renato Casagrande (PSB), num encontro no Palácio Anchieta.
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Muribeca levou demandas do seu reduto eleitoral, como pedido por mais investimentos no Hospital Jayme dos Santos Neves, além da resolução de problemas envolvendo três bairros e a Cesan. O encontro, porém, não foi só para tratar disso.
Pré-candidato a prefeito da Serra, Muribeca foi também ao governador para lhe fazer um pedido: ter o apoio da maior liderança política do Estado nas eleições deste ano. O próprio Muribeca confirmou à coluna De Olho no Poder que pediu apoio à sua pré-candidatura: "Pedi sim", disse.
Muribeca cumpre seu primeiro mandato de deputado na Assembleia e, antes mesmo de chegar ao Legislativo, já era do "Time Casagrande". Na Ales, faz parte da base aliada do governador, mesmo tendo sido eleito num partido (Patriota) e estando agora em outro (Republicanos) que não caminham com o Palácio Anchieta.
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Porém, na Serra, Casagrande tem muitos aliados e os planos do PSB, partido do governador, não coadunam com as ambições do deputado. Questionado sobre qual foi a resposta de Casagrande ao seu pedido por apoio, Muribeca respondeu:
"Na Serra ele tem aliados. Citou o Vandinho, Xambinho e o próprio atual prefeito. E onde ele tem aliados, não vai se meter. Vai deixar a população decidir", disse Muribeca, que faz uma oposição ferrenha à gestão do prefeito da Serra, Sergio Vidigal.
De fato, essa tem sido a resposta de Casagrande toda vez que é perguntado sobre qual postura adotará durante as eleições: ele vai optar pela neutralidade nos municípios onde tiver mais de um aliado disputando, ainda que o PSB tenha candidatura própria.
No maior município do Estado, os deputados Vandinho Leite (PSDB) e Alexandre Xambinho (Podemos), que também fazem parte da base aliada do governo, são cotados para a disputa, além do prefeito Vidigal, aliadíssimo de Casagrande e que tem o nome alçado pelo PDT para concorrer à reeleição.
Já o PSB não deve lançar candidato próprio na Serra. Embora o atual secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Bruno Lamas (PSB), tenha concorrido na eleição passada, todos os sinais dão conta de que ele deverá ficar fora do pleito deste ano.
O fato de não ter um candidato próprio, porém, não significa que o PSB esteja alheio ao jogo. Pelo contrário. Ontem, ao ser questionado sobre o encontro de Muribeca com o governador, o presidente estadual do PSB, Alberto Gavini, disse que não participou da agenda, mas descartou qualquer aliança do partido com o deputado. "O PSB não vai caminhar com Muribeca na Serra", disse Gavini, categoricamente.
Ele, porém, não cravou com quem o partido estará, embora o mais provável seja fechar mesmo com o PDT de Vidigal. Em agosto do ano passado, a coluna noticiou que a intenção dos socialistas era emplacar o vice nas chapas em que apoiaria a reeleição.
Na ocasião, a coluna entrevistou Gavini, que confirmou a intenção de ter o vice na chapa à reeleição dos prefeitos Arnaldinho Borgo (Vila Velha), Euclério Sampaio (Cariacica), Wanderson Bueno (Viana) e Vidigal (Serra). Em Vitória, o partido vai sair com a candidatura própria do deputado estadual Tyago Hoffmann.
Se o partido conseguir emplacar os vices será uma jogada e tanto, uma vez que Vidigal, Arnaldinho e Euclério são cotados para disputar o governo em 2026, na sucessão de Casagrande. Caso sejam reeleitos prefeitos neste ano, se quiserem disputar o governo daqui a dois anos, eles teriam de renunciar ao cargo de prefeito, passando a gestão para o vice, ou melhor, para o PSB, que pode herdar, de uma vez só, três prefeituras na Grande Vitória.
Em tempo: Em Vila Velha, um dos nomes cotados para ser vice de Arnaldinho é o secretário de Planejamento do município, Carlos Aurélio Linhalis, o Cael. Pai do deputado federal e ex-vice-prefeito Victor Linhalis (Podemos), Cael tem mais de 30 anos de filiação no PSB e entrou na gestão municipal para selar a aliança do partido com o prefeito.
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