Citricultura: produção de laranja avança no Norte capixaba

Região marcada pelo cultivo do café conilon, o Norte capixaba começa a despontar no cenário estadual também na citricultura. É o que mostram os números da Produção Agrícola Municipal (PAM) de 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Pinheiros aparece no topo do ranking com 18,61% da produção estadual de laranja. Já na terceira posição está Linhares, com 7,44%. Jerônimo Monteiro, que ostentou o posto de maior produtor da fruta durante anos, é o segundo maior do Estado com 11,60%.

Em meio à estiagem que assolou o Espírito Santo entre 2014 e 2016, o médico aposentado e produtor rural Edilson Favarato resolveu diminuir a área da fazenda Revanche, destinada à pecuária de corte, e investir na agricultura. Após algumas pesquisas e a sugestão de um amigo, bateu o martelo. Pioneiro em Pinheiros, Favarato investiu na produção de citros.

Atualmente são 200 hectares plantados. Aproximadamente 70 ha de limão, com uma produção média anual de 2.800 toneladas, 10 ha de tangerina, 600 toneladasano, e 110 ha de laranja, que produzem cerca de 3.300 toneladas por ano.

"Foi um bom negócio plantar citros em Pinheiros. Tanto limão, quanto laranja e tangerina. Deu certo e estamos muito satisfeitos com os resultados do projeto. Temos um pomar bonito, um orgulho para nós, e estamos ajudando na geração de emprego na região", comenta Edilson.

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Quem também investiu na citricultura foi Rodrigo Martins, de Linhares. Produtor e exportador de mamão há vários anos, Rodrigo também decidiu investir no cultivo de limão e laranja. "Em 2016, implantamos um planejamento estratégico em nossa empresa e identificamos a necessidade da diversificação de culturas. Dentre várias outras, decidimos implantar o cultivo de citros no Norte do Estado", pontua o produtor.

Os motivos para investir na citricultura, segundo ele, foram o clima e solo propício para esse tipo de cultura, e por ser uma região livre de doenças ligadas ao citros. Outro fator que pesou muito foi o fato de regiões de São Paulo, onde se produz grande parte da citricultura do Brasil, estarem perdendo muitas áreas devido às doenças".

Além de Linhares, que tem uma área de 110 ha destinada ao cultivo de limão e laranja, Rodrigo tem ainda 35 ha em Jaguaré e 125 ha em Pinheiros. No total são 210 ha de limão e 60 ha de laranja.

Beneficiamento

Há três anos, Lorenza Fróes Favarato Abikair, filha de Edilson, resolveu transformar parte da colheita das lavouras da família e assim agregar ainda mais valor ao que produzem. Lorenza implantou uma fábrica de suco ali mesmo na fazenda, que fica no Distrito de São João do Sobrado, em Pinheiros.

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Cerca de 10% de tudo que é colhido é beneficiado na fábrica. Os outros 90% são comercializados na Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa-ES), Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Além dos sucos de laranja, limão com gengibre e tangerina, que saem do pomar e vão direto para o beneficiamento, também são produzidos sucos de maracujá e uva.

A capacidade instalada da fábrica, que é de 500 litros por hora, está no limite, e a família já planeja sua ampliação. A produção é toda vendida no Espírito Santo e Rio de Janeiro.

A produção de limão cresceu em 2022, em relação a 2021. Saiu de 19,768 toneladas para 21,230. São Mateus é o maior produtor da fruta com 4.321 toneladas, 20,35% da produção estadual, seguido de Linhares, com 3,133, 14,76%, e Pinheiros 3.100, 14,60% da produção total.

Já a produção de tangerina se manteve estável de um ano para o outro. Em 2021 foram colhidas 30.332 toneladas e em 2022, 30.936 toneladas. Domingos Martins segue liderando a produção com 47,21%, seguido de Conceição do Castelo, 11,02% e Santa Leopoldina com 8,79%.

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