Na manhã desta quarta-feira (13), militantes do Movimento Atingidos por Barragens (MAB) ocupam a entrada da Vale, em Jardim Camburi, Vitória, em mais um protesto pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), que atingiu o Rio Doce no Espírito Santo.
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A ação faz parte da Jornada de Lutas dos atingidos de todo o Brasil, que acontece no próximo sábado, 14 de março. O objetivo, segundo o MAB, "é denunciar o descaso das empresas Samarco-Vale-BHP, responsáveis pelo rompimento da barragem de mineração de Fundão, em Mariana/MG, que, após 8 anos, não garantiram a reparação integral de milhares de pessoas atingidas por barragens".
Em 2024 o rompimento da Barragem de Fundão completa 9 anos, sem uma solução definitiva, e as famílias atingidas exigem seus direitos. Um deles é água limpa, já que o Rio Doce foi contaminado.
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Em julho de 2023, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que em Colatina, por exemplo, a água para consumo, passados, naquela época, quase oito anos da tragédia, seguia contaminada por lama.
O MPF chegou a solicitar a à Justiça Federal em Belo Horizonte (MG) a concessão de tutela de urgência para garantir a adoção de medidas que resguardassem a saúde da população de Colatina, evitando-se o consumo de água fora dos padrões de potabilidade.
"As principais pautas da luta demandam retorno do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) para aqueles que tiveram o corte recente por parte da Fundação Renova, indenização justa, água limpa e de qualidade, programa de saúde específico que atenda as famílias atingidas e projetos comunitários que garantam o desenvolvimento local, além de reconhecimento do litoral capixaba, entre outras demandas. Além disso, a ação clama por participação efetiva da população atingida no processo de reparação", diz a MAB, sobre a ocupação de hoje.
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Em nota, a Vale afirma que as reivindicações em questão não têm relação com a operação da Unidade de Tubarão. "O diálogo está sendo conduzido pela Fundação Renova, criada para gerir e executar os programas e ações de reparação e indenização às pessoas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, da Samarco".
Também em nota, a Fundação Renova responde que a reparação começou logo após o rompimento da barragem de Fundão. "Até 31 de janeiro de 2024 foram destinados R$ 35,08 bilhões às ações de reparação e compensação. Desse valor, R$ 13,97 bilhões foram para o pagamento de indenizações e R$ 2,71 bilhões em Auxílios Financeiros Emergenciais, totalizando R$ 16,68 bilhões para 440,6 mil pessoas", diz.
Ainda segundo a Renova, ações integradas de restauração florestal, recuperação de nascentes e saneamento estão acontecendo ao longo da bacia e visam à melhoria da qualidade da água.
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"A bacia do rio Doce tem pontos de monitoramento e estações automáticas que permitem acompanhar, desde 2017, sua recuperação e gerar subsídios para as ações de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. Os dados do monitoramento hídrico podem ser acessados no Portal Monitoramento Rio Doce, construído em parceria com seis órgãos ambientais e agências de gestão de recursos hídricos, que formam um grupo técnico ligado ao Comitê Interfederativo (CIF)".
A reportagem também procurou a Samarco e a BHP. O texto será atualizado conforme respostas.