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Comissão debate conscientização sobre o autismo

Tema foi pauta no colegiado de Assistência Social na primeira reunião de abril, mês dedicado ao assunto

Por Regional ES

01/04/2024 às 16:45:20 - Atualizado há
Foto: Lucas S. Costa

"Conforme dados do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) dos Estados Unidos, uma a cada 36 crianças está dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA)". A informação foi passada pela presidente da Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (Amaes), Pollyana Paraguassu, uma das convidadas da reunião da Comissão de Assistência Social desta segunda-feira (1º). Para marcar o mês de conscientização sobre a causa (Abril Azul), o colegiado recebeu duas especialistas sobre o assunto.

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"São números alarmantes e precisamos cada vez mais sensibilizar, formar, informar, capacitar e difundir sobre o tema. Dar visibilidade a tantos e tantos autistas e suas famílias. Temos um longo caminho a percorrer, mas também temos que agradecer por tantas conquistas até hoje", destacou a convidada.

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Para a presidente da Amaes a legislação avançou nos últimos anos, mas falta ainda fiscalização para que as leis sejam cumpridas. "Na teoria o avanço é muito grande, mas é preciso que na prática tenham condições de produzir efeitos satisfatórios, garantindo realmente que todas as leis sejam efetivas. Mais que apenas existir na legislação, precisamos de fiscalização. (...) A fiscalização, aliás, é algo que precisa ser reforçada, e não apenas pela sociedade civil, como também pelos responsáveis, pelo poder público", opinou.

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Atenção com os pais

A outra convidada da comissão foi a psicóloga comportamental contextual, Taiana Vergara. A especialista relatou sua história de cuidados com a filha que faleceu aos 12 anos. Ana Clara tinha síndrome de Down e também foi diagnosticada com TEA. Patrícia tem ainda um outro filho adolescente dentro do TEA e em sua fala destacou a importância da atenção e do cuidado que se deve ter com os pais dessas crianças.

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"Mas quem cuida da gente? Quem cuida de quem cuida? São muitas as angústias. Eu lembro quando eu viajava sozinha e eu pensava assim - Eu nunca tive medo de viajar de avião, mas se eu estava sozinha, eu pensava: esse avião não pode cair, esse avião não pode cair, eu não conversei com ninguém, as coisas eram caras, os remédios eram caros, quem que vai cuidar dela se acontecer alguma coisa? Eu não sentia que eu tinha direito de um dia vir a faltar, porque tinha a Ana Clara", confidenciou.


Dar às pessoas diagnosticadas com o TEA o máximo de independência que for possível, com o acompanhamento sendo feito da maneira correta. Essa é uma das principais lutas da psicóloga. "A gente precisa pensar nisso. Nossos filhos vão crescer e nós temos a responsabilidade de tornar eles independentes, para que eles tenham a maior autonomia possível, porque um dia a gente vai partir e eles vão ficar", concluiu.

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Parlamentares

A reunião foi conduzida pela presidente do colegiado, deputada Raquel Lessa (PP). A parlamentar também chamou a atenção para a data, mas destacou que a conscientização precisa ser constante. "De 1 a 2% da população está no espectro autista, com margem para ampliação. Há mais crianças autistas do que com câncer, diabetes, síndrome de Down e paralisia, por exemplo. E esse mês o tema se reforça para a discussão. Dia 2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, mas esse trabalho precisa ser feito diariamente", disse.


A deputada Camila Valadão (Psol) chamou a atenção para a responsabilidade da comissão. "Penso que nós temos um papel importantíssimo no sentido de fomentar o debate, abrir um espaço, promover discussões que contribuam para a gente romper com o preconceito ainda tão existente na nossa sociedade, no que diz respeito às pessoas autistas e outras pessoas também com deficiência. Também no sentido de ampliar e garantir acesso a direitos e políticas públicas, eu acho que esse é o nosso papel principal, então promover essa discussão no âmbito da Comissão é fundamental", afirmou.


Fonte: Assembleia Legislativa do Espírito Santo
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