Saúde Doença

Febre do Oropouche: 8 casos da doença são confirmados no ES; veja sintomas

Saiba o que é e como prevenir a doença que tem sintomas parecidos com os da dengue

Por Regional ES

23/04/2024 às 16:52:13 - Atualizado há
Foto: Reprodução/Freepik @jcomp

Foi confirmada na tarde desta terça-feira (23), a circulação da Febre do Oropouche no Espírito Santo. O trabalho de investigação foi realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES).

Segundo a secretaria de estado da Saúde (Sesa-ES), 1.872 amostras foram analisadas por meio de RT-PCR desde o último dia 1º de abril. Ao todo, 8 casos foram identificados:

- 5 de amostras encaminhadas por Colatina;

- 1 de Vitória;

- 1 de Sooretama;

- 1 de Rio Bananal.

"É uma doença que não apresenta letalidade, até o momento, e tem sintomas muito parecidos com os da dengue – febre, dor no corpo e dores nas articulações. É essencial o diagnóstico laboratorial para um acompanhamento efetivo dos casos, bem como as ações de vigilância epidemiológica municipais para monitoramento da situação", destacou o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso.

O que é a Febre do Oropouche?

A doença é causada por um arbovírus, ou seja, víruas transmitido por artrópodes. Trata-se de um inseto bem pequeno, de um a três milímetros, popularmente conhecido como "maruim" ou "mosquito pólvora".

A doença apresenta grande potencial de transmissão e disseminação, com capacidade de causar surtos e epidemias em áreas urbanas. Não há vacina e tratamento específico disponíveis.

Como acontece a transmissão

Há dois ciclos de transmissão descritos: silvestre e urbano. Até o momento não há evidência de transmissão direta de pessoa a pessoa.

Após a infecção, o vírus permanece no sangue dos indivíduos infectados por 2-5 dias após o início dos primeiros sintomas. O período de incubação intrínseca do vírus (em humanos) pode variar entre 3 e 8 dias após a infecção pela picada do vetor.


Conheça os sintomas

As manifestações clínicas da infecção por OROV são parecidas com o quadro clínico de outras arboviroses, como dengue, chikungunya e febre amarela, embora os aspectos ecoepidemiológicos dessas arboviroses sejam distintos.

- Febre de início súbito;

- Cefaleia (dor de cabeça);

- Mialgia (dor muscular);

- Artralgia (dor articular).

- Tontura;

- Dor retro-ocular;

- Calafrios;

- Fotofobia;

- Náuseas;

- Vômitos.

Casos com acometimento do sistema nervoso central (por exemplo, meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.


Parte dos pacientes pode apresentar recidiva, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, cefaleia e mialgia após 1 a 2 semanas a partir das manifestações iniciais.

Os sintomas duram de 2 a 7 dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves. Não há relatos de óbitos associados à infecção pelo OROV.

As picadas do vetor costumam causar bastante incômodo e reações alérgicas. Não existe tratamento específico para a doença. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.

Casos de febre Oropoche no Espírito Santo

"Cinco anos atrás, este tipo de procedimento poderia demorar muitas semanas, pois eram apenas realizadas fora do Estado, necessitando envio para laboratórios de referência", destacou o diretor do Lacen, Rodrigo Rodrigues.

O Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde (Sesa) elaborou uma nota técnica de orientações aos municípios na conduta do manejo de casos confirmados. O boletim com dados sobre a doença será divulgado quinzenalmente no site mosquito.saude.es.gov.br.

Como prevenir

Manejo mecânico: mantenha árvores e arbustos podados, de forma a aumentar a insolação no solo, retire o excesso de matéria orgânica (folhas, frutos e etc.); mantenha terrenos baldios livre de matos, dependendo da situação, e o plantio de grama pode ajudar a manter a população de maruins sob controle. Abrigos de animais (aves, suínos, bovinos e outros) devem permanecer sempre limpos.

Medidas de proteção individual: o uso de repelentes e roupas compridas pode ajudar a diminuir as picadas.

Telas em portas e janelas, como barreiras físicas, recomendados em alguns casos, não surtem muito efeito devido à necessidade dessas telas terem uma gramatura muito pequena, e esse fato acaba por reduzir a circulação de ar dentro dos imóveis.

Fonte: Folha Vitória
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