O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), marcou para o período das convenções partidárias – de 20 de julho a 5 de agosto – a data do anúncio do seu futuro político. Ao ser questionado pela coluna De Olho no Poder sobre quando pretendia falar sobre a possibilidade de disputar a reeleição, Pazolini jogou pra frente: "É muito cedo. Vamos deixar para o prazo das convenções, para amadurecer".
A resposta foi dada na semana passada, numa curta entrevista durante o evento de posse do novo procurador-geral de Justiça, Francisco Berdeal. Pazolini compareceu ao evento e foi abordado pela coluna. "Eu me filiei, para ser candidato a deputado, no último dia e sobre minha candidatura a prefeito também", justificou o prefeito.
É no período das convenções partidárias que as legendas definem seus candidatos e coligações. Logo em seguida, começa oficialmente a campanha. Porém, no caso de Pazolini, a convenção será apenas para cumprir uma legalidade formal, porque nos bastidores, sua candidatura à reeleição já está definida.
Ele é a grande aposta do partido Republicanos nas eleições deste ano. A legenda não quer sair da vitrine, ou seja, quer continuar à frente do comando da Capital e tem investido nisso.
O presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, tem cuidado pessoalmente das articulações envolvendo a disputa em Vitória, como reuniões para fechar alianças com partidos e negociações para definir quem irá compor a chapa como vice. Tudo, obviamente, em consenso com o prefeito.
É quase certo que o PP, que se aproximou bastante da Prefeitura da Capital do ano passado pra cá, ficará com a vaga. Entre os partidos que caminham hoje com o prefeito, a sigla comandada no Estado pelo deputado federal Josias da Vitória é a maior, a que mais agrega e a que mais tem a oferecer – até o momento.
Entre os quadros da sigla, dois nomes se destacam pelo favoritismo à vaga: a presidente da Findes, Cris Samorini; e o presidente da Câmara de Vitória, Leandro Piquet. Cris está com um pezinho na frente dessa "disputa interna".
Questionado se o PP ficaria com o posto de vice em sua eventual candidatura à reeleição, Pazolini mais uma vez fez mistério: "Está muito cedo ainda, calma".
Adiar o anúncio sobre o posto de vice, porém, faz sentido. Cravar agora quem ficará com a vaga poderia afastar outras legendas da negociação para formar uma coligação, uma vez que o principal posto de interesse já estaria ocupado.
Não à toa que a tradição é deixar para anunciar o vice no último minuto, aos 45 minutos do 2º tempo – embora muitas vezes o nome já tenha sido fechado na pré-campanha.
Na Grande Vitória, apenas Pazolini e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), ainda não anunciaram publicamente sobre o posicionamento que adotarão nas eleições de outubro. Mas, assim como Pazolini, Arnaldinho também vai disputar a reeleição.
Adiar o máximo possível esse anúncio é também uma estratégia, de quem está à frente da máquina pública, para evitar antecipar o debate eleitoral e também virar alvo na mão dos adversários.
É um gasto e tanto de energia ter que responder às provocações, além de ter que ficar a todo momento convencendo a população que os anúncios, ordens de serviços e entregas são da gestão e não da campanha. Adotar a estratégia, porém, não significa paz e calmaria.
Os dois prefeitos já têm experimentado o peso da artilharia da oposição. São vídeos, memes e postagens em redes sociais, além de discursos inflamados em eventos e púlpitos políticos. E, daqui pra frente, o clima tende a esquentar. Mesmo que nos bastidores, a campanha para a eleição que promete ser uma das mais acirradas dos últimos pleitos, já começou.