Publicado por RegionalES04 de Abril de 2022Em um vídeo, Wellington chega a levantar a camisa e colocar as mãos para cima, pouco antes de ser baleado. Um inquérito policial...
Em um vídeo, Wellington chega a levantar a camisa e colocar as mãos para cima, pouco antes de ser baleado. Um inquérito policial vai apurar ação. O boletim de ocorrência sobre a ação que terminou com a jovem de Wellington da Silva Dias, de 24 anos, consta que uma arma foi apreendida em posse da vítima. A informação é do secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, coronel Márcio Celante Weolffel. Segundo o secretário, a apuração do inquérito policial será realizada com base nas informações registradas na ocorrência, depoimento de testemunhas e as imagens registradas por câmeras de segurança. Em um vídeo,Wellington chega a levantar a camisa e colocar as mãos para cima, pouco antes de ser baleado.
Nas imagens, não é possível ver nenhum armamento com a vítima. No entanto, o coronel afirma que qualquer resposta só pode ser passada após a apuração. "Todo procedimento que fizermos daqui para frente é dentro de trâmites legais. Instauramos o inquérito policial militar, recolhemos o armamento usado para fazer parte deste inquérito e pedimos também o afastamento temporário cautelar preventivo do policial das atividades. Tanto as informações do boletim, quanto as imagens, farão parte do inquérito. Não podemos ter uma definição de qual foi a atitude do policial naquela ocorrência", afirmou Celante, em entrevista ao programa Espírito Santo no Ar, na manhã desta segunda-feira (04).
O secretário destacou, ainda, que as ações dos militares envolvidos na ocorrência serão apuradas durante o inquérito, que pode durar até 60 dias. "A primeira coisa que tem como destaque na instrução dos militares é a preservação da vida do policial, das pessoas inocentes e do infrator, se for possível. Podem ter certeza que a investigação será realizada de forma séria e comprometida, nos trâmites da lei. A apuração será feita no ´prazo de 60 dias, encaminhada à Justiça Militar e ao Ministério Público. Todas as dúvidas e possibilidades farão parte da investigação", disse.
O caso aconteceu na noite de sábado (02) em uma região conhecida como beco da Sorte, no bairro São José, em Vitória. Segundo imagens, o rapaz estava sozinho em um beco e ao ver um policial se aproximando, ele se rende.
Novídeo é possível ver o momento que ele mostra a cintura e coloca as duas mãos na cabeça. É neste momento que o policial atira no rapaz.(Por ser uma imagem forte, o vídeo foi pausado). Pouco tempo depois, outro militar se aproxima com um grupo de moradores. Testemunhas começaram a gritar por socorro e outro disparo é ouvido. Um morador da região, que não quis se identificar, contou que tentou ajudar a socorrer Wellington, mas acabou baleado na perna. "Chegando do serviço, me deparei com a multidão, pessoal pedindo ajuda. Os policiais tentaram me dar uma coronhada, aí empurrei a mão de um deles e ele me deu um tiro na perna", contou. Wellington trabalhava como carpinteiro, era casado, e deixou um filho de 6 anos. Ele tinha passagem pela polícia e chegou a ser preso por tráfico em 2018, mas estava solto e trabalhando há mais de 2 anos."Um cara trabalhador, com filho pequeno, todo dia de manhã nós saíamos para trabalhar. Aí chegam e dão dois tiros no peito dele assim. Tem dois anos e meio que trabalhamos juntos", contou um colega de trabalho de Wellington.
Os familiares da vítima estiveram no DML na manhã de domingo para liberar o corpo. Eles conversaram com a equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV, mas não quiseram ser identificados. "Eles não permitiram socorro, não permitiram que minha mãe tivesse acesso ao meu irmão para saber o que tinha acontecido, qual o estado de saúde dele. Quando pegamos o documento no PA de São Pedro, nós vimos que meu irmão já tinha chegado lá morto", contou o irmão dele. "Minha vida acabou, não tenho mais nada. Nem sei o que vou falar para o meu filho, ele era muito apegado nele. O patrão dele amava ele, semana que vem o salário dele ia aumentar. Só porque é preto, eles querem falar que é bandido", disse a companheira do rapaz. Revoltados com a ação policial, os moradores da região iniciaram um confronto com a polícia. Garrafas e outros objetos foram usados como arma. Os militares revidaram e efetuaram novos disparos de balas de borracha. Durante o conflito, um ônibus foi incendiado.O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, coronel Márcio Celante Weolffel, determinou a instalação de um inquérito policial para apurar o caso. Além disso, os policiais envolvidos na ação serão afastados preventivamente e terão que entregar as armas utilizadas na ação.
"Nós determinamos ao comandante-geral da Polícia Militar, a instalação do inquérito policial militar para averiguação e investigação de todas as circunstâncias do fato ocorrido na data de ontem e também o recolhimento das armas dos polícias militares para que façam parte das apurações e o afastamento preventivo cautelar dos policiais militares das atividades operacionais", disse. O secretário afirmou ainda que mortes são lamentáveis em qualquer circunstâncias. "Toda morte é lamentável. Dentro do programa Estado Presente, nós buscamos a preservação da vida e a redução do número de homicídios", frisou.Fonte: (Redação Folha Vitória)