A denúncia foi passada pela própria adolescente. Pais estão presos após confessarem o crime, ocorrido em Vila Velha
A adolescente de 13 anos que revelou ter sido vítima de abusos sexuais pelo pai, de 32 anos, denunciou que foi forçada pelos pais a ingerir chás abortivos para interromper uma gravidez decorrente dos estupros.
Segundo o boletim de ocorrência, a jovem ficou na escola após o horário regular para uma conversa com os pedagogos. Durante o encontro, a adolescente relatou os abusos.
Os pais foram chamados ao local e aguardavam do lado de fora da sala enquanto a menina conversava com a equipe, que acionou a Guarda Municipal.
"Os abusos sexuais eram recorrentes, aconteciam há algum tempo, e ela já teria abortado. Foi a pior ocorrência que a inspetoria da mulher já pegou até aqui. A vítima explicou que estava grávida há meses e que foi obrigada a fazer uso de chás abortivos", disse a inspetora Lara Paiva, da Guarda Municipal de Vila Velha.
Os agentes interrogaram os pais separadamente. A mãe afirmou saber dos abusos, enquanto o pai confessou os crimes ao ser confrontado, segundo a inspetora.
Ainda na delegacia, os dois admitiram que haviam deixado os outros filhos, de 9, 6 e 3 anos, sozinhos em casa.
"Nós nos deparamos com a criança aos prantos na unidade escolar. Os supostos acusados foram conduzidos ao DPJ. O genitor deve responder por estupro, a genitora por omissão, e ambos pelo aborto da criança", afirmou Lara Paiva.
À reportagem da TV Vitória, a mãe da adolescente afirmou que era ameaçada, e alegou que a relação da filha e do companheiro era de casal.
"Isso aí aconteceu quando eu tinha separado dele. Quando descobri da mensagem, quebrei o telefone dela. Era 'te amo' para cá e 'te amo' para lá", disse a mãe da vítima.
O suspeito disse à reportagem: "Foi só uma vez só, ela armou para mim e para a mãe dela, tudo isso para ficar com um rapaz".
Cabe ressaltar que o suspeito não é pai biológico da adolescente, mas cria a menina desde dos 2 anos e registou a paternidade em cartório.
As outras crianças da família estão sob o acompanhamento do Conselho Tutelar.