O leilão de cafés especiais dos cafeicultores associados à Associação de Produtores Rurais de Pedra Menina (Aprupem) superou os números do ano passado. A saca de 60 quilos de café arábica foi arrematada por R$ 29 mil, um recorde. No ano anterior, o valor pago foi de R$ 23,5 mil. O grande vencedor do Concurso de Qualidade, com 89,458 pontos, foi o cafeicultor Tiago de Souza Alves, do Sítio Forquilha do Rio, localizado em Dores do Rio Preto, Espírito Santo.
De acordo com a Aprupem, o leilão movimentou, no total, R$ 132 mil. O café arábica vencedor foi arrematado pela Casa Raiho e Café ao Leu de Copacabana, no Rio de Janeiro.
O grande vencedor do Concurso de Qualidade, com 89,458 pontos, foi o cafeicultor Tiago de Souza Alves. Em segundo lugar ficou o produtor Pedro Inácio Mendes Lacerda e o terceiro foi Guilherme Abreu Vieira.
O concurso contou com 31 inscritos, entre eles, 17 descascados, 7 fermentados e 7 naturais. As notas variaram entre 85,542 e 89,458 pontos.
Lanucio de Souza Rodrigues, sócio da Aprupem e um dos organizadores, destaca o sucesso do leilão.
"O valor pago no leilão bateu recordes, tanto individualmente quanto na média dos 10 melhores cafés. Foi um sucesso incrível! Mas o nosso maior objetivo ficou claro quando, ao final do leilão, empresas procuraram os outros produtores que não ficaram entre os 10 primeiros para comprar seus cafés. Essa, sim, é a nossa maior alegria como associação".
Ele acrescenta: "Nós, da comissão do Conexão Caparaó, buscamos reforçar que o concurso não se resume apenas ao resultado ou ao valor da saca vendida. Nosso objetivo é proporcionar visibilidade aos sócios, diminuir a distância entre produtores e consumidores, e ajudá-los a construir histórias. No universo do café especial, não vendemos apenas notas simples e frias; vendemos histórias, relacionamentos, sensações e experiências."
Na edição de 2024, o café arábica campeão do Concurso de Qualidade foi arrematado em leilão por R$ 23.500,00. Na época, ficou em primeiro lugar o cafeicultor João Vithor Medeiros Lacerda, do Sítio Forquilha do Rio. Os grãos cultivados atingiram a marca de 88,63 pontos.
Primeiro colocado teve saca de café arábica arrematada por R$ 29 mil
Em primeiro lugar, o cafeicultor Tiago de Souza Alves vendeu a saca de café por R$ 29 mil. O café campeão, um catuaí vermelho descascado, foi produzido a uma altitude de 1.300 metros e se destacou pela qualidade.
"Essa premiação é muito gratificante. Trabalhamos com café especial há algum tempo, e iniciativas como essa da Aprupem são fundamentais para reconhecer o trabalho dos produtores da região. É um grande incentivo para nós. Além disso, participar de um concurso consolidado e de grande visibilidade abre portas para novos compradores e para o público em geral", destacou Tiago. Ele afirma que o reconhecimento faz com que ele e sua família busquem sempre melhorar e se dedicar ainda mais à produção de cafés de alta qualidade.
O recorde de R$ 29 mil por uma saca foi inesperado, mas, para Tiago, é um reflexo do trabalho árduo e da constante busca pela excelência.
"Agradeço a Deus por essa conquista. Como pequeno produtor, que trabalha com agricultura familiar, o foco sempre foi fazer o melhor e entregar o melhor ao consumidor. Em 2018, comecei a me aprofundar nos cafés especiais, quando fiz o curso de Tecnólogo em Cafeicultura no Ifes, campus Alegre. Desde então, venho aplicando os conhecimentos técnicos adquiridos e os resultados têm sido muito positivos", revelou Tiago, que também é QR Grader (certificação que qualifica o profissional para a análise de cafés especiais)
Tiago fez a transição de carreira em 2023, quando se casou e se mudou para Forquilha do Rio, em Dores do Rio Preto. Decidiu deixar o emprego para se dedicar integralmente à lavoura. Com o conhecimento técnico adquirido, o foco agora é a busca por melhores resultados, tanto em qualidade quanto em quantidade. Seu pai, que também é cafeicultor, já havia sido premiado com o COY (Coffee of the Year), e Tiago pretende dar continuidade ao trabalho da família.
Esta foi a segunda participação de Tiago no concurso, e a virada foi notável: no ano passado, ele não chegou nem entre os dez primeiros, mas, este ano, conquistou o primeiro lugar. "Participar de uma competição como essa e ganhar um prêmio tão significativo é muito satisfatório para mim e para toda a nossa família. Isso mostra que estamos no caminho certo", comentou Tiago.
O café produzido no Sítio Forquilha, que conta com 17 mil plantas de café em uma área de 8 mil hectares, tem duas variedades: catuaí amarelo e vermelho. De acordo com o cafeicultor, o catuaí vermelho permite uma colheita tardia, com mais de uma florada no ano.