Uma das explicações para esse crescimento da demanda foi a mudança de tempo, que atinge principalmente o público infantil e os idosos
Aquele friozinho típico do outono ainda não chegou para valer, mas os capixabas já começam a sentir os efeitos da mudança de estação. E um desses efeitos se reflete no aumento do atendimento de pessoas com sintomas respiratórios nas unidades de saúde, especialmente crianças e idosos.
Na Grande Vitória, o número de crianças atendidas com esse tipo de sintomas cresceu significativamente nos últimos meses, segundo as prefeituras. Só na Serra, esse aumento ultrapassou os 80%. Já em Vila Velha, ficou em torno de 40%.
"Nós reforçamos todas as escalas, tanto da clínica médica quanto na pediatria. Não temos um volume de atendimento que justifique uma grande espera da população. Estamos em torno de uma hora e 15 minutos na espera, tanto na pediatria quanto na clínica médica", frisou a secretária de Saúde de Vila Velha, Cátia Lisboa.
Já a Prefeitura de Vitória informou que as notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças e adolescentes estão estáveis nos serviços de saúde da Capital.
A médica pneumologista Jessica Polese explica que as crianças e os idosos são os mais sensíveis às mudanças nos termômetros e, por isso, tendem a buscar mais atendimento médico.
"No geral, um resfriado comum dura de três a cinco dias. Passou desse período e se ainda estiver com catarro ou algum sintoma, ele realmente precisa procurar um atendimento, porque fugiu daquele período, e a coisa pode estar entrando numa outra situação", completou.
Quem precisou procurar atendimento médico para o filho foi a atendente Liziane Macário Santos. Ela conta que o pequeno Natan, de 2 anos, não acordou bem. Preocupada, ela foi até o Pronto Atendimento da Glória, em Vila Velha, uma das unidades que mais registraram aumento no movimento, segundo a prefeitura.
Quem também esteve na unidade, nesta sexta-feira (6), foi a vendedora Elaine Moreira de Paula, que levou a filha Lais, de 6 anos. Ela conta que a menina passou por duas consultas nas últimas duas semanas, e que a tosse persistente preocupou.
"Com essa virada de tempo, ela começou com uma tosse muito persistente. Já tinha trazido há uns 14 dias, ela tomou um antibiótico, só que continuou. Aí hoje eu trouxe, a médica examinou, o pulmãozinho está direitinho. Fico mais tranquila".
"Eu não sei se é a imunidade que é baixa, não sei se é porque ele é muito pequeno, só um ano e oito meses. Mas mudou o tempo, ele fica gripado", contou.