Porta-voz do governo russo comentou que as medidas tomadas pelo país nórdico são motivo de arrependimento e devem ser respondidas Bandeiras dos países membros da Otan hasteadas do lado de fora da sede de Bruxelas
Olivier Matthys/Associated PressO Kremlin disse nesta quinta-feira (12) que a decisão da Finlândia de ingressar na Otan era "definitivamente" uma ameaça à Rússia e que a expansão do bloco militar não tornaria a Europa ou o mundo mais estáveis.Falando a repórteres em uma teleconferência, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as medidas tomadas pela Finlândia para ingressar na Otan são motivo de arrependimento e motivo para impor uma resposta à altura.O Ministério das Relações Exteriores da Rússia também se manifestou."A adesão da Finlândia à Otan é uma mudança radical na política externa do país", disse o Ministério em comunicado. O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, durante entrevista coletiva em 24 de marçoKirill Kudryavtsev/Pool via REUTERS"A Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, a fim de impedir que surjam ameaças à sua segurança nacional".Ele informou também que esse movimento poderá mudar toda a forma como a Rússia executa suas políticas externas.O presidente e primeiro-ministro da Finlândia disseram na quinta-feira que seu país deve acelerar o processo de ingressão na aliança militar da Otan "sem demora".Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, durante desfile do Dia da Vitória em MoscouMaxim Shemetov/REUTERSQuestionado se isso representava uma ameaça para a Rússia, Peskov respondeu: "Definitivamente. A expansão da Otan não torna nosso continente mais estável e seguro".Ele também disse que a Finlândia aderiu a "medidas hostis" contra a Rússia."Tudo dependerá de como esse processo de expansão da OTAN (na OTAN) se desenrolar, até que ponto a infraestrutura militar se aproxima de nossas fronteiras", disse Peskov quando perguntado sobre as formas de resposta russas.Antes da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, a Finlândia mantinha, desde a Segunda Guerra Mundial, uma política de neutralidade em relação à Rússia, com a qual compartilha uma fronteira de 1.340 km (830 milhas).A primeira-ministra da Suécia, Andersson, se reúne com a primeira-ministra da Finlândia, Marin, em Estocolmo em foto de 13 de abril de 2022Paul Wennerholm/TT News Agency/via ReutersO país provavelmente se juntará à Otan este ano, ao lado de sua vizinha Suécia, outra potência tradicionalmente neutra que anteriormente se absteve de ingressar na aliança liderada pelos EUA.