Empresas do Espírito Santo estão em busca de profissionais para cargos de chefia. Com dificuldade de encontrar candidatos que reúnam as habilidades necessárias, elas chegam a trazer mão de obra de fora do Estado. São chances com salários que chegam a até R$ 30 mil.
Cargos como coordenador, gestor executivo, diretor comercial, diretor financeiro, gerente, supervisor e superintendente estão na lista.
Especialista em pessoas e carreiras, Gisélia Freitas explicou que a pandemia mostrou a fragilidade dos negócios e a necessidade de uma gestão mais profissionalizada. "Muitas empresas familiares resolveram fazer um planejamento sucessório, contratando executivos de carreira". Ela detalhou que, muitas vezes, os filhos dos donos desses negócios "colam" neste profissional para aprender.
Nesse processo, novas vagas estão surgindo. "Os donos das empresas estão se sentindo muito operacionais. Eles querem ficar em posições mais estratégicas".
Entre as competências necessárias a esses profissionais está a positividade, segundo a master coach de carreira e liderança e pós-graduanda em Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness, Angela Mulet. "É comprovado cientificamente que em ambientes positivos há um desenvolvimento 50% maior. Em estado positivo aprendemos mais", alertou.
Embora seja de amplo conhecimento, a palavra chefe está em desuso pelos profissionais da área de gestão de pessoas. A vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), Fabiola Costa, explicou o motivo.
"É uma mudança de conceito. O nome ainda existe". Ela esclareceu que, alguns profissionais, ainda podem ter dificuldade para responder quando alguém pergunta: quem é o seu líder? Mas sabem dizer quem é seu chefe.
Contudo, esclareceu que esse mesmo profissional não aceita mais o modelo de gestão verticalizado, em que o chefe manda e o subordinado obedece. "Aquele conceito de chefia - em que o profissional que está em determinado cargo e faz valer sua autoridade por que está nesse cargo -ficou para trás", explicou.
Os nomes da vez são líder e gestor. "O líder inspira, motiva. O gestor garante que as coisas estão sendo cumpridas, é um planejador". Para ela, líder e gestor devem ser o mesmo profissional.
Salários mais altos
Para salários de R$ 30 mil, geralmente as vagas são para diretores e superintendentes de grandes empresas e CEO de médias empresas.
Essas oportunidades, claro, são mais raras. Fala-se sobre o salário, geralmente, na entrevista.
A empresa primeiro quer saber a pretensão salarial do candidato. A maioria das vagas é anunciada com salário confidencial.
As competências técnicas necessárias mudam de acordo com o ramo de negócios. O profissional deve saber liderar pessoas e gerir processos.
Os interessados neste tipo de cargo devem manter o Linkedin atualizado e ficar atentos aos anúncios das empresas de recrutamento e seleção.
Gerente Administrativo
Requisitos: sólida experiência administrativa, vivência em controles de indicadores de desempenho, capacidade de planejamento estratégico, liderança, bons conhecimentos na área financeira e ensino superior completo. Necessidade de residir em Aracruz.
Currículo: 99255-3921 ou [email protected].
Gerente de logística
Requisitos: sólida experiência nas rotinas logísticas de recebimento, estoque, separação e expedição, habilidades de negociação, bons conhecimentos em planejamento estratégico, liderança e ensino superior completo. Empresa no segmento de autopeças. Necessário residir em Aracruz.
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Currículo: (27) 99255-3921 ou [email protected].
Executivo de contas
Requisitos: experiência em vendas corporativas, alta performance em gestão comercial, CNH e veículo próprio. Chances para Vitória, Vila Velha e Guarapari.
Currículo: catho.com.br.
Gerente de produção
Requisitos: graduação em Engenharia Mecânica ou Metalurgia, CNHB e experiência em fábrica. Diferencial: experiência como gerente de produção em indústria. Vaga na Serra.
Currículo: catho.com.br.
Diferenças
Termo em desuso
Chefia
A palavra é consagrada em meio à população em geral, que costuma chamar os superiores no trabalho dessa forma. Porém, em meio aos especialistas em relações de trabalho e administração, ela está em desuso e tem um sentido pejorativo. No meio acadêmico, inclusive, o termo é malvisto e está acontecendo uma mudança de conceito.
Embora o termo seja utilizado de forma majoritária, o profissional que hoje fala que tem um "chefe", na maioria das vezes, não aceita mais aquele antigo modelo de "gestão", em que o chefe manda e o empregado obedece.
Recursos Humanos
Assim como chefe, o "setor de recursos humanos" também está com os dias contatos. Estudiosos defendem que pessoas são pessoas e não "recursos". Por isso, entre os termos mais aceitos estão gestão de pessoas, gestão de gente e gestão de talentos, por exemplo.
Chefe
Embora consagrado pela população, o termo chefe está em desuso por remeter a um profissional da era industrial. Um profissional que está em um determinado cargo, no qual tem subordinados. Ele faz valer sua autoridade por estar nessa posição.
Dessa forma, consegue fazer com que as pessoas façam suas atividades e entreguem resultados.
Um modelo em que "manda quem pode e obedece quem tem juízo". O chefe é temido em vez de respeitado. Não tem habilidade de ouvir opiniões diferentes e tomar decisões. As decisões são verticalizadas. Ele manda e os subordinados acatam.
O modelo de "gestão" que envolve chefia é algo de 20, 30 anos atrás. Ele é baseado em comando e controle, monitoramento rígido e padrões inflexíveis. Isso não significa que antes não havia líderes, mas apenas que os chefes eram maioria.
Líder
O lider não precisa ter um cargo hierarquicamente superior. Ele é escolhido pela equipe. É aquele que engaja, envolve e inspira. Um formador de opinião no qual a equipe confia.
Há estudos que apontam que 20% da população nasce com predisposição à liderança. Contudo, quem não teve esse benefício, não precisa se preocupar, já que as habilidades podem ser desenvolvidas.
Entre elas estão comunicação, habilidade para o desenvolvimento de pessoas, inovação, gerenciamento de crise, entre outras.
Gestor
É um profissional que tem um posicionamento hierárquico na organização e gerencia processos e atividades de entrega.
Entenda
As empresas contratam gestores. Se eles vão se tornar líderes ou não, depende da equipe. É a equipe que escolhe o líder.
Para desenvolver a liderança:
Visão mercadológica – o que está acontecendo com o mercado de trabalho? É nesse momento que o profissional olha para fora da empresa.
Visão sistêmica – olhar para dentro da empresa e saber tudo que acontece. É importante se conectar às outras áreas da empresa.
Olhar para si – se perguntar: diante dos desafios de dentro e fora da organização, que habilidades tenho que desenvolver para ser um bom líder?
Habilidades técnicas
Além dos cursos específicos da área de atuação do candidato, como graduação, pós e MBA, cursos como gestão de projetos, oratória e liderança são comuns a diversas áreas. Além disso, é necessário ter experiência profissional, conhecimento na área de tecnologia e falar uma terceira língua, por exemplo.
Ensinar pelo exemplo – deve praticar aquilo que cobra da equipe.
Confiável – precisa conquistar a confiança do seu time.
Empatia – para liderar é preciso conhecer cada um da equipe. Identificar os talentos para alocá-los de acordo com as suas competências. Conhecer os profissionais e entender o que motiva cada um.
Comunicação – ter diálogo aberto e saber técnicas para dar feedback.
Fonte: Fontes citadas na reportagem.
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