Somente entre janeiro e maio deste ano, foram apreendidas 1.648 armas no Espírito Santo
Cerca de 80% dos homicídios que ocorrem no Espírito Santo são por arma de fogo. O dado, divulgado nesta segunda-feira (06), aponta para um problema que afeta a vida de milhões de pessoas e preocupa o poder público e os especialistas na área de segurança.
Há dois meses, um jovem de 19 anos perdeu a vida após ser baleado. Ele estava andando com o tio por uma rua do bairro Santa Mônica, em Vila Velha, quando foi atingido pelo disparo de arma de fogo.
Jhordyuri Almeida era estudante, ajudante de mecânico e jogador de vôlei. Segundo a investigação da polícia, ele não tinha envolvimento com crimes. Dois suspeitos de envolvimento na morte do jovem foram indiciados pela polícia.
"Bandido anda armado e as pessoas de bem que ficam refém. Você não pode sair na rua porque é assaltado ou assassinado. Está muito complicado a nossa sobrevivência", lamentou a madrasta de Jhordyuri, Rosana da Costa.
Quando se observa os dados dos últimos dez anos, entre 2011 e 2021, a apreensão de armas aumentou 27,8%. No período, houve queda de homicídios dolosos de mais de 60%: 61,13%.
Ainda de acordo com o relatório do Instituto, dentre as armas apreendidas em 2018 e 2019 no Espírito Santo, 15% são artesanais. Ao todo, 73% tem origem no Brasil e as mais potentes, como fuzis e submetralhadoras, também foram fabricadas no país.
Para o secretário de Segurança Pública do Estado, coronel Márcio Celante, a redução dos homicídios dolosos é resultado do trabalho da polícia, entre eles, o de apreensão de armas.
"Quanto maior o número de armas apreendidas em ações, em operações e em investigações qualificadas, a tendência é nós conseguirmos reduzir o número de homicídios no Espírito Santo. Nos últimos três anos, nós conseguimos reduzir o número de homicídios no Estado e aumentar as apreensões", disse.
Para ajudar no combate a circulação ilegal, o Governo do Estado implantou o Modelo Integrado de Controle de Armas, em parceria com o Instituto Sou da Paz. A gerente de projetos do Instituto, Natália Pollachi, explica o que objetivo é fornecer mais estratégias no combate ao crime.
"Essa meta é de dez homicídios a cada 100 mil habitantes. Ela é um patamar tolerável de violência de acordo com a Organização Mundial de Saúde e a Organizações das Nações Unidas. Dando sequência esse trabalho de inteligência policial, integração de dados na repressão qualificada, o Espírito Santo tem condições de alcançar essa meta nos próximos anos", afirma.
*Com informações da repórter Luana Damasceno, da TV Vitória/Record TV.