Mundo Rental Coins

Sheik acusado de dar golpe com bitcoins diz que pagará dívidas

Em entrevista ao GLOBO, empresário Francis da Silva, como prefere ser chamado, disse que ofereceu um acordo à Sasha Meneghel e a seu marido, o cantor gospel João Figueiredo

Por Regional ES

11/07/2022 às 09:38:43 - Atualizado há
Na conversa por telefone, ele também deu outras explicações, como a de que a iniciativa de romper a sociedade com Silas Malafaia foi dele e não do pastor, pois temia que a exposição pública do sócio afetasse o processo de recuperação da sua empresa, a Rental Coins. Malafaia, entretanto, já afirmou ao jornal que, ao tomar conhecimento de boatos sobre irregularidades, imediatamente rompeu os negócios que tinha com Francisley.
Francis da Silva, como revelou uma série de reportagens, é acusado pelos clientes de sustar o pagamento do aluguel de criptomoedas desde outubro do ano passado. Ele está sendo investigado pela Polícia Federal do Paraná por suspeita de promover uma pirâmide financeira disfarçada. Filha de Xuxa, Sasha Meneghel, por exemplo, briga na Justiça para recuperar um investimento de R$ 1,2 milhão.

Na entrevista, Francis, que ficou conhecido entre amigos como sheik dos bitcoins por desfrutar de mansões, lanchas, jatos particulares e outras regalias, nega que o aluguel de bitcoins, a taxas que chegaram a 13,5% ao mês de juros, seja pirâmide disfarçada:

—Pensam sempre que é pirâmide, que é golpe. As pessoas, desesperadas, acham que perderam o dinheiro. Mas Francis está no Brasil e trabalha intensamente, até sábados e domingos, para normalizar (os pagamentos). Declaro tudo que tenho. Não sonego imposto. Disseram que até tomaram o meu passaporte, mas ele continua comigo.

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Francis disse que os problemas do seu grupo empresarial, do qual a Rental faz parte, começaram no final do ano passado, mas ele só teria tomado conhecimento da gravidade do quadro em maio. Sem entrar em detalhes, ele atribuiu os problemas a "erros de gestão". Uma mansão de Francis, em um balneário de Santa Catarina, está com cinco bloqueios judiciais por conta de ações impetradas por credores, mas foi colocada à venda por R$ 64,5 milhões. Ele explicou que delegou a gestão do aluguel de bitcoins a terceiros, para cuidar de outros ramos de atuação do seu grupo, sem saber das taxas de juros oferecidas aos clientes.

— Minhas empresas estão passando por essa situação por erros de gestão. Depois, acabaram vindo os bloqueios jurídicos e o assassinato de imagem. Estou terminando uma auditoria. Terei 100% da situação das empresas — afirmou.

Para ressarcir os clientes, o sheik dos bitcoins disse que está investindo em outros segmentos, como a oferta de sistemas de blockchain — uma rede blockchain pode, por exemplo, acompanhar pedidos, pagamentos, contas, produção e permite que os membros compartilhem, em visualização única dos fatos, todos os detalhes de uma transação de ponta a ponta, o que oferece maior confiança, eficiência e novas oportunidades:

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Francis disse que parou de captar recursos de clientes com aluguel de bitcoins.

— Me considero o maior desenvolvedor de tecnologia blockchain do país. Isso vai me recuperar. Meus clientes totais passam de 30 mil, dos quais de 60% a 70% já receberam de volta. De 20% a 30% é o problema real. Entre fevereiro e março de 2023, a empresa estará 100% redonda. Várias negociações com fundos.

— Não dependo de novos aportes. Tenho uma base onde estou trabalhando com outras frentes. Não é a Rental. Quem me contrata sabe que somos os melhores desenvolvedores. Fundos já trabalham com empresas que passam por essa situação. Minha ideia não é voltar a fazer captação. É deixar a empresa em ordem.

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O sheik lamentou o envolvimento de Sasha com a crise na Rental:

— Sasha e João são pessoas extremamente maravilhosas. Tentamos três vezes fazer acordo. Fiquei chateado, estranhei a postura. Tivemos amizade pessoal, mas não quero entrar nos detalhes.

Sem comentar o assunto, Sasha e o marido entraram com uma ação contra Francis na Justiça de Curitiba.

Sobre a sociedade com Silas Malafaia, Francis disse que a iniciativa de romper a parceria foi dele e que não operou com bitcoins na sociedade com o pastor:

— Não ofereci aluguel de cripto. Eu o ajudei como sistema. Desenvolvi para ele um sistema. Ele nunca veio aqui para me ver. Não tem mais nada. Eu saí da sociedade. Muitas pessoas batiam no pastor. Então, resolvi sair para não prejudicar a imagem de ambos.

Fonte: O Globo
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