O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, declarou estado de emergência em todo o país, em seu papel como presidente interino, depois que o presidente Gotabaya Rajapaksa fugiu para as Maldivas na quarta-feira (13), levando a mais protestos em meio a uma grave crise econômica.
"O primeiro-ministro como presidente interino declarou estado de emergência (em todo o país) e impôs um toque de recolher na província ocidental", disse o secretário de mídia de Wickremesinghe, Dinouk Colombage, à Reuters. O toque de recolher entra em vigor imediatamente.
O principal partido de oposição do Sri Lanka nomeará seu líder, Sajith Premadasa, como o próximo presidente do país quando as eleições forem realizadas no parlamento em 20 de julho, disse um funcionário do partido na terça-feira (12).
O Sri Lanka, uma ilha no Oceano Índico localizado abaixo da Índia, enfrenta há alguns meses o que é considerada a pior crise no país desde a sua independência, no fim dos anos 1940. Com uma inflação acima de 18%, a escassez de combustíveis já levou a protestos, feridos e à renúncia do primeiro-ministro.
Neste sábado, manifestantes invadiram a residência oficial do presidente do Sri Lanka em Colombo. Mais de 100 mil pessoas se reuniram do lado de fora do imóvel, pedindo que o líder, Gotabaya Rajapaksa, renuncie por causa da crise econômica do país.
Um vídeo transmitido pela televisão do Sri Lanka mostrou manifestantes entrando na casa do presidente – escritório e residência de Rajapaksa na capital comercial – depois de romper os cordões de segurança colocados pela polícia.
O país é a 64ª maior economia do mundo atualmente, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), e enfrenta uma combinação de problemas próprios e comuns a uma série de nações.
O cenário inflacionário do país piorou especialmente a partir de outubro de 2021. Desde abril de 2022, o índice oficial de inflação segue acima dos dois dígitos, sem sinais de ter atingido um pico.
Em 6 de junho, o novo primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe afirmou que o país está "falido", e que milhões de pessoas enfrentam dificuldades para comprar produtos básicos como alimentos, remédios e combustíveis.