A Operação Decander, que investiga fraudes envolvendo empresas do ramo de bebidas e o ex-secretário da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Rogélio Pegoretti, toma novos desdobramentos com o vazamento de áudios de conversas entre os empresários acusados. Nas conversas é revelado o pagamento de propina de R$ 750 mil a Pegoretti.
Segundo o conteúdo dos áudios, o valor teria sido pago ao então titular da Sefaz, a fim de que ele defendesse os interesses do grupo , por meio da transmissão de informações sobre investigações em curso, transferência de Auditores Fiscais que instaurassem auditorias contra as empresas ,e concessão de vantagens fiscais indevidas em favor das firma.
Dentre os empresários investigados que aparecem nas conversas, estão Otoniel Jacobsen Luxinger e Adilson Batista Ribeiro. "Hein, eu vou te falar um negócio....o negócio do secretário aí que saiu, que aí o outro que entrou é indicação, ô bicho, isso para mim é tudo balela, eu vou te falar um negócio, eu já tô de saco cheio desse troço já", diz um dos trechos dos áudios vazados entre os dois em menção a saída de Rogélio do cargo público.
Em outro momento, Adilson continua a reclamar para Otoniel acerca da exoneração do secretário, logo após o pagamento da propina ."Porque nós pagamos 750.000 reais para ser multado pelo... Agora tá sendo multado. A multa vai acontecer. Então eu paguei para ser multado. Se fosse para ser multado, não precisava ter pago, entendeu?", afirma.
De acordo com a investigação, cerca de R$ 9 milhões foram emitidos em notas "pivôs" (realizadas de modo irregular, e sonegando impostos), apenas de uma das empresas investigadas. Ainda conforme, o levantamento, o ex-secretário seria a peça chave para o esquema de fraudes e sonegação instaurados com os empresários.
Até agora, sete mandados de prisão foram emitidos, e cinco envolvidos nas negociações fraudulentas foram presos: Rogélio Pegoretti, Ricardo Lúcio Corteletti, Sérgio Ricardo Nunes, Wagney Nunes de Oliveira e Hugo Soares de Souza.