Menino recebeu diagnóstico clínico na última sexta (29) e foi isolado em casa com a família. Material para exame foi coletado, mas diagnóstico leva, em média, dez dias para ficar pronto.
Uma criança de sete anos que apresentou sintomas suspeitos de varíola dos macacos foi isolada em casa em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. O menino foi atendido em um hospital do município pela primeira vez na última quarta-feira (27). Na ocasião, a criança recebeu o diagnóstico clínico da doença, o que indica a suspeita médica de que ele esteja infectados. A confirmação, no entanto, depende da realização de exames laboratoriais.
A criança foi levada outras duas vezes ao hospital, uma delas na sexta-feira (29), depois de passar mal. No sábado (30), o menino também voltou ao hospital após um quadro de febre. Nesta segunda (1), a mãe da criança disse à TV Gazeta que, desde sábado, o menino foi medicado e o estado de saúde dele melhorou.
Em nota, o Hospital Materno Infantil Francisco de Assis confirmou o atendimento da criança e que ela recebeu "diagnóstico sugestivo para varíola dos macacos". Falou ainda que "o paciente apresentava ótimo estado geral e foi direcionado para isolamento domiciliar".
O hospital também afirmou que notificou as autoridades sanitárias sobre o caso, e informou que não daria mais informações à imprensa para proteger o sigilo do paciente.
A Secretaria de Saúde de Cachoeiro de Itapemirim declarou que acompanha o caso e que o material para exame foi coletado e encaminhado para o Laboratório Central (Lacen) do Rio de Janeiro nesta segunda.
De acordo com a Secretaria, o resultado leva, em média, dez dias para ficar pronto.
"A mãe e a criança estão em isolamento domiciliar e já foram orientados quanto aos cuidados. o período de isolamento dura até as feridas cicatrizarem ou por 21 dias", disse a Secretaria de Saúde de Cachoeiro, em nota.
Em pronunciamento na tarde desta segunda-feira, o secretário Estadual de Saúde, Nésio Fernandes, disse que não só o Espírito Santo, mas todo o país vive uma fase de "silêncio epidemiológico" com subnotificação de casos do monkeypox, vírus causador da doença conhecida popularmente como varíola dos macacos.
"Temos uma situação no país caracterizada pelo subdiagnóstico, baixa oferta de testagem, muito também consequente não somente da baixa disponibilidade de testes pelo Ministério da Saúde, mas também por uma redução da percepção de risco da suspeita clínica e diagnostica por parte dos profissionais de saúde da rede privada e pública, o que é algo que não é específico do estado", falou Nésio.
Com o objetivo de promover melhorias neste cenário, Nésio Fernandes disse que tanto profissionais do setor privado, como do setor público passarão por cursos de formação à respeito da doença.