Em setembro, instituições e veículos de imprensa do Brasil inteiro se mobilizam para discutir um problema que provoca a morte de 14 mil pessoas todo ano no país, uma média de 38 suicídios por dia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS): um mal silencioso, que precisa ser discutido amplamente pela sociedade, sem tabus.
É o que propõe a campanha Setembro Amarelo, que traz este ano o tema "A vida é a melhor escolha". A iniciativa de prevenção ao suicídio e de conscientização sobre saúde mental acontece durante todo o mês com o objetivo de reduzir os casos no país. Suas principais causas, como depressão e ansiedade, cada vez mais são diagnosticadas nos consultórios médicos e invadem os espaços corporativos.
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que o Brasil lidera em depressão e ansiedade no trabalho. Numa lista de 11 países pesquisados, o nosso apresenta mais casos de ansiedade (63%) e depressão (59%), seguido, respectivamente, da Irlanda e dos Estados Unidos. Essas doenças afastaram do trabalho cerca de 9,5 mil pessoas no Espírito Santo somente no primeiro semestre deste ano. Os números, divulgados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência, reforçam a necessidade de medidas para reduzir o problema.
O número do CVV (Centro de Valorização da Vida, 188) deve, sim, ser amplamente divulgado – e é também nosso papel fazer isso –, mas é necessário que mais estudos sejam realizados para avaliar e melhorar canais oficiais de ajuda como esse. Além disso, faltam políticas públicas adequadas! Cabe aos candidatos ao cargo de governador do Espírito Santo, por exemplo, propor medidas neste sentido. O que cada um deles propõe para mitigar o aumento dos casos?
O estigma é a grande barreira quando o assunto é a prevenção. Quem sofre e está tentando falar é muitas vezes alvo de preconceito. A falta de conhecimento sobre o assunto e a dificuldade de buscar ajuda também são importantes obstáculos a serem superados
Acima de tudo, promover informação de qualidade é um dos caminhos para que mais pessoas entendam que é possível enfrentar esses desafios e viver com qualidade.