Saúde Farmácia Popular

Remédios do Farmácia Popular cortados pelo governo podem custar até R$ 65

O corte foi feito para garantir recursos para as emendas parlamentares que sustentam o orçamento secreto

Por Regional ES

17/09/2022 às 08:56:30 - Atualizado há
Foto: Divulgação

Os remédios oferecidos de graça pelo programa Farmácia Popular, que sofreu uma "tesourada" do presidente Jair Bolsonaro, chegam a custar até R$ 65 por caixa. Como revelou o Estadão, o corte de 60% no orçamento do programa em 2023 vai restringir o acesso da população a 13 tipos diferentes de princípios ativos de remédios usados no tratamento de diabetes, hipertensão e asma, além de fraldas geriátricas. O corte foi feito para garantir recursos para as emendas parlamentares que sustentam o orçamento secreto.


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Já a insulina humana 100 ui/ml, destinada a quem tem diabetes, custa R$ 64,46. Outro medicamento para asma, o sulfato de salbutamol 100mcg tem preço de R$ 32,47.


A PróGenéricos reúne os principais laboratórios que atuam na produção e comercialização de medicamentos no País. Segundo a entidade, foi levado em conta o Preço Médio ao Consumidor (PMC), da ABCFarma. Nas farmácias, porém, geralmente é aplicado desconto sobre o PMC.

OFÍCIO

A entidade enviou ofício nesta semana ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alertando para os riscos do corte no programa. Segundo Jorge João, o conselho foi contra os cortes desde o início e defende o aumento do elenco de medicamentos oferecidos, além da necessidade "urgente" do aperfeiçoamento da Farmácia Popular por meio da inserção de serviços como o monitoramento da terapêutica e o acompanhamento dos pacientes assistidos, de forma remunerada, para evitar que o tratamento seja feito de forma inadequada.

Como estratégia de prevenção às fraudes, o CFF defende a utilização da certificação profissional digital do farmacêutico como chave para acesso aos sistemas, vinculando a dispensação dos medicamentos à liberação pelo profissional responsável técnico pelas farmácias.

Segundo informações do Ministério da Saúde de 2019, último dado disponível, mais de 2,7 milhões de brasileiros com asma recebem medicamentos gratuitos pelo programa - e, com o corte de verba, poderiam ter de arcar com os custos do remédio. São atendidos mais de 7,3 milhões de pessoas com diabetes e 14 milhões com hipertensão.


META

O corte previsto para o programa no ano que vem pode comprometer uma das metas do Plano Nacional da Saúde para 2020-2023, de expandir a Farmácia Popular para 90% dos municípios com menos de 40 mil habitantes. Em 2020, cerca de 75% desses municípios eram atendidos, segundo o Ministério da Saúde. Procurada, a pasta não se manifestou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Folha Vitória
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