De acordo com o MP, após a agressão, que causou hemorragia interna e trauma em órgãos, o acusado colocou o corpo da vítima sobre a cama, com intuito de simular morte natural
O júri popular do acusado de matar a pequena Aghata Vitória Santos Godinho, de 5 anos, no bairro Cidade Nova, na Serra, no dia 19 de outubro de 2020, exatamente dois anos atrás, acontecerá na tarde desta quinta-feira (20), às 13h. O réu é o padrasto da criança, Elisnai Borges Eloy, que esteve preso provisoriamente durante todo o período posterior ao crime.
De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), o homem teria agredido a enteada até a morte. À época, o órgão pediu a condenação do réu por homicídio, com diversas qualificadoras, além do aumento de pena em um terço, pelo fato do crime ter sido praticado contra pessoa menor de 14 anos.
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Também para o MP, o crime foi cometido por motivo torpe, praticado por meio cruel, com espancamento que gerou intenso e desnecessário sofrimento à vítima e de forma que ela não pôde se defender.
Ao Folha Vitória, a avó paterna de Aghata, a diarista Josimar Rodrigues dos Santos, pediu que seja feita justiça e disse que lembra da neta todos os dias.
"Estou muito nervosa, é muita dor. Hoje (19) faz dois anos que aconteceu essa tragédia e eu e toda minha família esperamos que a justiça seja mesmo justa e que ele seja condenado, para não fazer isso com outras crianças. Estamos vendo isso aumentar a cada dia. É muita angústia", disse.
"A gente com certeza não esquece isso dia nenhum. Ela era minha neta caçula, minha paixão, razão de viver, era tudo para mim. Esse crime tirou um pedaço da gente e esperamos justiça. Também para que não se repita", finalizou a avó.
Procurada a defesa do réu, o advogado Francis Azevedo de Barros afirmou que o escritório já assumiu o caso na fase de plenário do júri.
"Pretendemos, de forma tranquila, sustentar as teses defensivas. O senhor Elisnai tem a certeza de que será tudo esclarecido no próximo dia 20. Preso há quase dois anos, tem total interesse na resolução da questão que se prolonga. A defesa busca a verdade real dos fatos e garantir os direitos constitucionais do réu. Esperamos que na próxima quinta tudo fique bem esclarecido e que a verdade se estabeleça", afirmou.