Em entrevista exclusiva à TV Vitória/Record TV, Flaviana Ventura contou que Fernanda era sua única filha e que sempre fez de tudo por ela
A mãe da jovem Fernanda Pereira, de 24 anos, morta a tiros pelo próprio irmão no último final de semana, no bairro Jacarandá, em Guarapari, falou sobre os momentos de terror e desespero que viveu no último sábado (5), quando viu a filha ser assassinada.
Quer receber nossas notícias pelo WhatsApp? Clique aqui e participe do nosso grupo de notícias!
Em entrevista exclusiva à TV Vitória/Record TV, Flaviana Ventura contou que Fernanda era sua única filha e que sempre fez de tudo por ela. A jovem estava prestes a se formar em Direito e trabalhava como assistente comercial em uma transportadora.
"Fernanda era meu tudo, a minha base, minha força, minha vida. Era por ela que eu lutava, trabalhava e sempre quis dar o melhor pra ela, fazer o melhor. Ela era responsável, trabalhadora, lutadora, cuidadora. Amou muito o pai, cuidou muito dele e sempre se preocupava comigo. Hoje fomos na faculdade e pude ver que ela era muito mais do que isso. Ela passou isso para várias pessoas. Minha joia rara, que vai ficar sempre na minha memória", disse a mãe.
A mãe pede justiça pela filha e afirma que Fernanda teria sido morta por conta dos bens deixados pelo pai, que tinha outros quatro filhos, além da jovem.
"Muitas mãe já choraram pelos seus filhos. Hoje eu peço justiça, que todas as mães possam orar para que esse assassino seja preso. Ele levou minha vida, roubou os sonhos e parou a vida dela, simplesmente pelo dinheiro, pelo interesse. Eu sinto que ele não tinha amor, ele é um ser desprezível, não tinha sentimentos."
"Ele se alterou e acho que foi o motivo que ele precisava. A gente chegou e sentou, perguntei como ele estava e ela ficou ali comigo uns três minutos. Depois, ela foi no quarto e voltou, pedindo para ele abrir a porta do meu quarto."
Flaviana contou que os dois começaram a falar um pouco mais alto, então o tio de Fernanda chegou na varanda para entender o que tinha acontecido e também acabou ameaçado pelo suspeito, que colocou a mão na cintura e mostrou um facão.
A mãe de Fernanda contou ainda que tentou salvar a filha, e que no momento do crime, ela só pensava em ir para cima do homem e tirar a arma da mão dele.
"Muita vontade de entrar ali, tirar a arma dele. Se eu pulasse nele, o que poderia acontecer? Eu me culpo, porque poderia ter pulado. Tudo o que eu queria é que aqueles disparos parassem. Só pedia pelo amor de Deus que ele parasse. Falei que estávamos indo embora e ele continuou, sem piedade alguma", desabafou ela.
Depois do crime, o homem sumiu e Flaviana acabou ficando no local com a namorada de Fernanda, que saiu pedindo ajuda em outros sítios. Com medo, os vizinhos não ajudaram, e depois de andar a pé por bastante tempo, as duas encontraram um bar e chamaram a polícia.
"Como é roça, as pessoas ficam com medo, não são acostumadas a ver essas violências. Eu pensando que ele poderia vir atrás da gente, mas conseguimos chegar no bar e começamos a ligar. Ali, chamaram a polícia e os policiais pediram para que a gente não saísse do carro", contou ela.
"Eu tinha perguntado para o policial se ele tinha filhos e ele disse que sim, então perguntei se ele sabia de algo, mas ele não sabia. Foi quando o rádio tocou dentro da viatura e eles disseram que a Fernanda Pereira tinha ido à óbito. Ali eu já entrei em desespero, não lembro de mais nada. Ela tinha chegado com vida, mas não resistiu", desabafou a mãe.
O irmão de Flaviana, que foi atingido nas costas, barriga e perna, ainda continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital da Grande Vitória. Ele passou por cirurgia e está estável. Agora, a mãe não sabe como vai viver sem a filha.