Política Mato Grosso

Vejo o vídeo: 'Entraram atirando': funcionário relata ataque em ato golpista em rodovia

Por Regional ES

20/11/2022 às 12:05:49 - Atualizado há
Foto: Reprodução

A concessionária que administra a BR-163 entre Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, foi atacada ontem à noite em meio às novas paralisações em atos golpistas nas rodovias federais. Cerca de 10 homens encapuzados atiraram contra a base, atingindo uma viatura e a própria unidade. Eles ainda atearam fogo em uma ambulância e em um caminhão-guincho. Ninguém se feriu. No momento do ataque, havia bloqueios na região (veja os pontos abaixo). A PRF (Polícia Rodoviária Federal) vê relação entre o ataque e as paralisações. O caso está sendo investigado.

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As cancelas de pedágio foram quebradas. Os funcionários fugiram do local. Evacuada, a praça de pedágio da cidade de Sorriso está sem cobrança. Vídeo obtido pelo UOL feito por um funcionário mostra as chamas do incêndio e a depredação na base. "Quebraram tudo (?). Gasolina aqui em tudo. Fogo..., está quase explodindo. Vai explodir. Bora vazar", diz, ao falar com um colega.


O Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde foi acionado e combateu o incêndio. A Polícia Militar também esteve no local e encontrou cartuchos das armas de fogo usadas no ataque.

"Estavam tudo armado". Em outro vídeo, um funcionário grava um relato sobre a ação, feito por um colega que não aparece nas imagens. "Eram mais de dez. Estavam tudo armado. Eu pensando que era foguete. Os caras mandando eu sair: 'sai, sai, corre, corre'. Entraram atirando."

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Viatura com perfurações. É possível ouvir a respiração ainda ofegante de quem registra o relato. Em seguida, o autor do vídeo mostra uma viatura com perfurações de tiro no vidro dianteiro. "Eles vão atacar a próxima base. Eles foram no sentido Mutum. Vão atacar a base lá, pô."

"Isso já passou de ser um problema única e exclusivamente da Polícia Rodoviária Federal. Isso já está entrando em uma guerra civil e atitudes dos órgãos superiores precisam ser tomadas com urgência", disse Felipe Dias Mesquita, delegado da PRF, em áudio obtido pela reportagem.

Ele informou ainda ter acionado aeronaves para monitorar os deslocamentos dos manifestantes. Segundo ele, teria ocorrido ontem uma reunião envolvendo outras autoridades, como o Tribunal de Justiça e o MPF (Ministério Público Federal), para planejar um plano de ação.


Ataque ocorreu em região de suspeitos de financiar atos

A região é a mesma que concentra os empresários do agronegócio suspeitos de financiar os atos. Das 43 contas bloqueadas por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), 24 são de Sorriso (MT).

Entre eles, está Atilio Elias Rovaris, empresário do agronegócio e piloto amador de rally responsável por uma doação de R$ 500 mil para a campanha de Bolsonaro. Ele foi procurado, mas não quis se manifestar.

Somados, os suspeitos de financiar os atos golpistas foram responsáveis também pelo pagamento de R$ 1,3 milhão destinados à disputa eleitoral.

O último balanço feito pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), divulgado às 10h34 de hoje, registrava 10 bloqueios em estradas federais, todos no estado do Mato Grosso.

De acordo com a corporação, havia também 22 ocorrências de interdições, quando o trânsito nas rodovias fica parcialmente interditado. A entidade informou ter desfeito 1.222 paralisações.


Veja as cidades que possuem bloqueios:

  • Três registros em Sorriso (MT);
  • Dois registros em Lucas do Rio Verde (MT);
  • Matupá (MT)
  • Campos Novo dos Parecis (MT)
  • Campos de Júlio (MT)
  • Nova Mutum (MT)
  • Água Boa (MT)

Os bloqueios ocorrem desde o dia 30 de outubro, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições. Os manifestantes contestam o resultado das urnas e pedem intervenção militar.

MPF cogita omissão de PRF em atos golpistas. Na última segunda-feira (14), o MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro pediu o afastamento por 90 dias de Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

No pedido, a entidade argumenta que ele fez uso indevido do cargo ao pedir votos irregularmente para Bolsonaro durante a campanha presidencial.


Fonte: Uol Notícias
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