A ordem era retirar as casuarinas e outras espécies exóticas. Para cumpri-la, um representante do Ministério Público Federal (MPF), acompanhado por dois policiais federais, homens da Polícia Militar Ambiental e da Polícia Militar, da Guarda Municipal, de equipes das secretarias de Meio Ambiente e de Obras, e de uma empresa contratada para realizar o serviço foram, nesta quarta-feira (7), até a Praia do Bosque, mas esbarraram na mobilização de dezenas de moradores e comerciantes locais, insatisfeitos com a decisão.
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A determinação do Ministério Público Federal, de retirar as árvores, que existem há muitos anos no local, integra um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) referente ao processo de reurbanização da Orla de Guriri, para que a Secretaria de Meio Ambiente proceda a recomposição da vegetação natural, impedida de crescer por causa das espécies invasoras.
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ATENDENDO A POPULAÇÃO
Informado da situação, Daniel Santana foi até o Bosque e resolveu o impasse, acatando a reivindicação da população: "A Prefeitura fez a parte dela e veio cumprir a determinação do Ministério Público, mas não temos garantia de segurança para fazer o serviço, não estamos aqui para confrontar a população ou comprometer a segurança dos trabalhadores. Estou determinando a retirada das equipes."
A situação já foi comunicada ao MPF pelo agente responsável pela operação, e a Prefeitura aguardará novas determinações do Órgão.
ESPÉCIES INVASORAS
Casuarinas, castanheiras e outras árvores são comuns em muitas praias, mas o que muitos ignoram é que elas são invasoras e prejudiciais ao biossistema. O secretário de Meio Ambiente de São Mateus, Ricardo Louzada, explica que as características dessas espécies e sua própria sombra impedem o crescimento da vegetação rasteira e o desenvolvimento de espécies arbustivas nativas, que compõem todo o sistema de fixação da duna.
O resultado disso é o desastre ambiental, do tipo que soterrou a antiga Vila de Itaúnas e vias inteiras em Conceição da Barra: "Sem a vegetação de restinga, o vento move a duna e soterra o que estiver em seu caminho" – alerta Ricardo.
"A prova mais eloquente de que a recomposição é a melhor solução, inclusive para fins de turismo, é o trabalho que a Secretaria vem realizando na orla Norte de Guriri, com a recuperação da vegetação nativa, a delimitação da área de proteção e a construção de passarelas para acesso à praia: antes, os turistas se concentravam na Orla Sul, e esse movimento já se inverteu" – complementa.