Estudo da Ufes realizado com 1.569 profissionais mostra uma série de problemas de ordem emocional, entre eles a insônia, que acomete 93% dos pesquisados
Um estudo desenvolvido pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), revelou que a atividade policial afeta a saúde mental dos profissionais.
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O levantamento foi feito com 1.569 profissionais e mostra uma série de problemas de ordem emocional, entre eles insônia, que acomete 93% dos pesquisados. Já 84% sofrem de estresse, mais da metade (56%) faz uso frequente de álcool, e 22% sofrem de depressão.
A pesquisa, segundo apuração da TV Vitória, foi realizada em 2022 e divulgada agora. Dela participaram policiais civis, militares, bombeiros, agentes municipais, policiais federais e rodoviários federais.
De acordo com a psicóloga da Sesp, Therezina Abranches, o diagnóstico não é nada bom.
"Os nossos profissionais de segurança pública estão adoentados mentalmente. O policial sai de casa inteiro ou 'vivo', mas se vai voltar assim, tem uma distância grande", disse.
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"Os homens são bastante acometidos, boa parte dos policiais, mas nas mulheres o estresse é mais agravado, bem como os policiais que trabalham na ponta, os que ganham menos, o que têm duplicidade de emprego, etc", afirmou a socióloga da Sesp, Carolina Appel.
O trabalho realizado não se resumiu ao diagnóstico. A Sesp também passou a prestar assistência psicológica, médica e nutricional aos profissionais.
A coordenadora do Departamento de Morfologia da Ufes, Adriana Madeira, diz que o acompanhamento e o tratamento já mostraram alguns resultados positivos.
"As pessoas que passaram pela terapia breve tiveram uma diminuição visível do estresse", afirmou.
"Estamos trabalhando para que se tornem políticas públicas. Fizemos pesquisas pontuais e trabalhos interventivos", disse Carolina Appel.
* Com informações do repórter Alex Pandini para a TV Vitória | RecordTV