O secretário de Obras da Serra, Halpher Luiggi, está com as malas prontas para se mudar para o Sergipe. Ele foi convidado para assumir a Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit). A última sexta-feira (02) foi o último dia dele no 1º escalão da Serra.
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Nascido em Colatina e engenheiro civil de formação, Halpher tem expertise na área de infraestrutura e transportes. Ele é servidor de carreira da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), já ocupou o mesmo cargo – comando do Dnit – aqui no Estado e também já foi diretor-executivo do Dnit, atuando nacionalmente. Na última gestão do ex-governador Paulo Hartung, ele comandou o Departamento de Edificações e de Rodovias (DER-ES).
Retornando agora para um cargo federal, uma situação chamou a atenção: a atuação política e a ligação antiga que Halpher teria com o PL e com o presidente do partido no Estado, o senador Magno Malta. O partido e o senador hoje fazem oposição, das mais ferrenhas, ao governo do presidente Lula (PT) – embora no passado, tenham feito parte da base de apoio dos governos de Lula e Dilma.
Nos governos petistas, o Dnit sempre foi cota do PL e a ida de Halpher para o comando do órgão aqui no Estado, em 2011, partiu de uma indicação de Magno Malta. Quando o ex-presidente Michel Temer assumiu, no processo de impeachment de Dilma, o PL continuou à frente do órgão, e Halpher foi para Brasília, atuar como diretor-executivo, em agosto de 2016.
Em 2020, com o PL na base do governo Bolsonaro, Halpher foi candidato a prefeito de Vitória, tendo ficado em 10º lugar, com 998 votos. A candidatura também foi pelas mãos de Magno Malta e Halpher, embora sempre tenha se posicionado como um quadro técnico, acabou tendo que vestir a camisa do conservadorismo, uma das principais bandeiras do partido.
Após a disputa de 2020, Halpher foi convidado pelo prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT) – partido de esquerda e que faz parte da base de apoio do Lula –, para atuar na gestão como secretário de Obras. Foi nesse período que teria iniciado um movimento de afastamento com relação ao senador.
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Agora, Halpher disse que não está em nenhuma legenda, que se desfiliou do PL e que não anda mais com Magno Malta. "Já tem tempo que eu me desfiliei do PL. Já tem tempo que eu e Magno não caminhamos juntos mais, mas não tenho nada contra ele".
Questionado pela coluna, o PL chegou a dizer, num primeiro contato, que Halpher continuava filiado ao partido em Vitória. Depois, ao ser informado que o engenheiro havia garantido já ter saído, o PL retificou a resposta e informou que Halpher se desfiliou da legenda em março deste ano.
Halpher só disputou uma eleição, mas afirmou que já foi suficiente para encerrar sua carreira política. "Já dei a minha cota política, já fiz a minha parte. Eu me candidatei e vi que isso não é pra mim. Não vou mais disputar, nem para síndico. Foi uma experiência legal, mas precisa ter perfil para participar desse tipo de processo e eu não tenho", disse Halpher.
Segundo o engenheiro, o convite para o novo cargo não surgiu de uma indicação política, embora tenha passado pelo crivo da bancada federal de Sergipe.
"Foi uma escolha técnica, pelo meu currículo. A diretoria do Dnit estava escolhendo nomes nos estados e o diretor-geral atual, o Fabrício, lembrou do meu nome. É claro que teve também a parte política, porque a escolha nos estados passou pelas bancadas federais e eu sou muito grato à bancada federal de Sergipe, principalmente ao deputado Fábio Reis (PSD)", disse Halpher.
Halpher já está tomando pé do que o aguarda em Sergipe. Embora o estado nordestino seja menor que o Espírito Santo, o orçamento do órgão federal é maior, devido às obras que comanda na região.
"O Dnit de Sergipe está tocando empreendimentos importantes, como a duplicação da BR-101 e a da BR-235 que, diferente daqui do Estado, lá não tem concessão, é o governo federal que está à frente dessas obras. E tem também a dragagem da foz do rio São Francisco", afirmou.