O histórico e revolucionário Assentamento Zumbi dos Palmares está em festa: o prefeito de São Mateus, Daniel Santana, entregou aos assentados a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF) Zumbi dos Palmares totalmente reformada. A solenidade aconteceu nesta sexta-feira (07). O investimento foi de R$ 782.748,94, recursos do próprio município.
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A cerimônia foi emocionante, desde a mística realizada pelos docentes da Escola e os Sem-Terrinha – que abordaram os temas Lutas, Alimentação, Organicidade, Estudo, Brincar e Trabalho – até os discursos, onde os representantes da Escola, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e convidados lembraram as lutas até chegar à reforma e durante a ocupação, e as primeiras turmas de alunos, que estudaram em um barracão de lona preta.
DIAS DE LUTA, DIAS DE GLÓRIA
"A Educação é que permeia o caminho que nos permite chegar ao lugar que queremos" – disse a representante da Coordenação do Assentamento Zumbi dos Palmares, Sanuza Mota. Ela lembrou ainda uma frase do músico Chorão, que foi vocalista da banda Charlie Brown Jr. "Como diria a banda Charlie Brown, "Dias de luta, dias de glória". E hoje é dia de glória!"
Como símbolo de agradecimento pelo envolvimento com a causa, ela presentou a engenheira da Prefeitura, Grazieli Ferreira, com um boné do MST.
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PEDAGOGIA FREIREANA
"Quando a gente pensa, logo existe. E se existe em nossa mente, é possível concretizar" – filosofou a secretária municipal de Educação, Marília Silveira, que continuou: "A Proposta Pedagógica Freireana utiliza uma abordagem sócio-política educacional onde, de modo libertador, relaciona os conhecimentos com a vivência dos estudantes. Por isso o MST se identifica tanto, pois é uma Educação para vida. E a EMEIEF Zumbi dos Palmares aplica essa Proposta Pedagógica, que torna os estudantes críticos e reflexivos."
CONSTRUINDO UMA SOCIEDADE DIFERENTE
A diretora da EMEIEF Zumbi dos Palmares, Mariana Mota, falou da relação simbiótica Escola-Reforma Agrária: "Temos uma concepção enquanto Movimento, que sem Escola, sem Educação, a Reforma Agrária não está completa. E Assentamento, Acampamento do MST, tem que ter Escola. E que não seja uma escola qualquer, mas que traga no seu jeito de ensinar e de aprender, a coragem e o desejo de continuar na terra, trabalhando, produzindo alimentos saudáveis. O desejo de construir novas relações. Que não nos coloque em situação de desigualdade, de preconceito. O desejo de construir uma sociedade diferente."
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