O governador Renato Casagrande (PSB) falou com a coluna De Olho no Poder, rapidamente, após o término do lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que ocorreu na manhã desta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro. Foram mais de 3h de evento.
Ele ficou satisfeito com o recurso destinado ao Estado. "Fiquei satisfeito, sim. Agora é lutar para sair do papel", disse o governador à coluna, antes de seguir para um almoço com o presidente Lula e outros governadores que participaram do evento.
A previsão é que o Espírito Santo receba R$ 65,9 bilhões de investimentos e a maior parte (10) das 14 obras prioritárias solicitadas pelo governo do Estado entraram no cronograma. São elas:
Ficaram de fora: o Aeroporto de Cachoeiro, a 3ª Ponte de Colatina, a fixação da foz do Rio Cricaré e as obras de contenção costeira de Piúma e Anchieta.
O Espírito Santo ficou em 13º lugar em volume de investimentos, sendo que a maior parte vai para projetos de Transporte e Infraestrutura.
O primeiro no ranking foi o Rio de Janeiro, com investimentos previstos na ordem de R$ 342,6 bilhões. A maior parte desses recursos (R$ 220 bilhões) vai para programas de Transição e Segurança Energética. Em segundo lugar ficou São Paulo, com R$ 179,6 bilhões de investimento. E, em último, ficou o Acre, com R$ 26,6 bilhões.
"O Rio de Janeiro foi muito contemplado. Mas o Espírito Santo ficou em boa posição. Nem todas as 14 obras foram atendidas, mas eles poderão atender outras ações dentro do que estão anunciando", disse o governador.
Para o secretário de Planejamento, Álvaro Duboc, o anúncio foi positivo. Ele participou de quase todas as reuniões envolvendo o governo do Estado e ministros do governo Lula para tratar das obras prioritárias no Estado.
"É muito positivo. Nos últimos anos não tinha sequer um diálogo estratégico para o Espírito Santo. Só o fato de conseguir isso, já é um avanço. O valor destinado ao Espírito Santo é quase 4% do valor total de R$ 1,7 trilhão de investimentos", disse Álvaro.
Ele também ressaltou que além das obras solicitadas pelo Estado, entraram outras definidas pelos ministérios, como por exemplo, o programa Minha Casa Minha Vida.
Em setembro, o governo federal vai lançar editais, que somam R$ 136 bilhões, para a seleção de outros projetos prioritários de estados e municípios nas áreas de Saúde, Cidades, Educação, Cultura e Esporte. E pode ser que as obras que ficaram de fora dessa vez, entrem.
"Vamos continuar os diálogos para entender quais as razões da não inclusão dessas obras. A partir dessa compreensão, poderemos reapresentá-las", disse Duboc.
Uma curiosidade é que a soma dos investimentos nos estados que deram vitória a Bolsonaro no segundo turno é maior do que os investimentos nos estados que elegeram Lula.
Foram 13 estados, além do Distrito Federal, que deram vitória ao ex-presidente. São eles: Acre, Santa Catarina, São Paulo, Amapá, Roraima, Rio Grande do Sul, Rondônia, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Juntos, eles vão receber R$ 1,184 trilhão de investimentos.
Os 13 demais estados, juntos, somam R$ 1 trilhão de investimentos, de acordo com material divulgado pela Casa Civil. A conta ultrapassa os R$ 1,7 trilhão de investimentos.
Durante o evento, toda vez que era citado ou cumprimentado no microfone por uma autoridade, o governador do Rio, Cláudio Castro, e o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, eram vaiados pela plateia que lotou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro para o anúncio do PAC.
Quando Lula subiu ao palco para discursar, no final do evento, ele chamou a atenção da plateia, dando bronca em quem vaiou os dois convidados. Disse que é preciso dialogar, pacificar o País e que todos ali representavam instituições de estado. O Presidente foi aplaudido de pé, pela plateia.