Número de cigarros contrabandeados apreendidos em 2023 é bem superior às 23.140 unidades de 2022. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Somente nos primeiros seis meses de 2023, o Espírito Santo apreendeu mil vez mais cigarros contrabandeados do que no mesmo período do ano anterior. Ao todo, foram mais de 25 milhões de unidades apreendidas até agosto, enquanto que em todo o ano de 2022 foram 23.140 unidades. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Assista o vídeo: Quase 20 milhões de cigarros contrabandeados foram apreendidos pela PRF em 2023
O número de apreensões de cigarros foi tão grande nos seis primeiros meses de 2023 que os dados representam 139.403 unidades por dia. De acordo com a PRF, a justificativa é a localização do Espírito Santo no país, que, além de ser destino de cigarros contrabandeados, também é rota de transporte para estes produtos ilegais.
"A PRF amplia a fiscalização, busca locais considerados de desvio para os criminosos conseguirem chegar aos seus destinos. Nossa fiscalização é intensa, principalmente em veículos de carga, já que a entrada é em grande quantidade. Nós fiscalizamos dia e noite os acessos ao Espírito Santo, principalmente a chegada na Grande Vitória", disse o inspetor Willis Lyra.
Cigarros apreendidos no ES
Ano | Quantidade |
2021 | 41.500.000 |
2022 | 23.140.000 |
2023 | 25.092.600* |
De acordo com o presidente do Fórum Contra a Pirataria e Ilegalidade (FCPI), Edson Vismora, é considerado contrabando todo cigarro que entra no Brasil sem autorização, desrespeitando as regras de importação e as regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
bandeados
"A grande maioria vem do Paraguai. Lá tem oito fábricas e, aqui no Brasil, são três. Eles produzem 65 bilhões de cigarro por ano e consomem 2,5 bilhões. O restante é todo exportado", disse Edson.
"Ninguém sabe o que está fumando. Já foram identificados cigarros com alto nível de nicotina além do que a anvisa permite, além de pelos de rato e uma sujidade muito grande", alerta Vismora.
Fumantes — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
No entanto, segundo a médica, quando se trata dos produtos contrabandeados, as regras sanitárias podem não existir e isso possibilita o consumo de substâncias mais tóxicas do que a nicotina.
"Esses cigarros podem vir com a presença de fungos, com restos de fezes de animais, podem ter cromos, que são metais pesados, podem ter presença de enxofre, chumbo, mercúrio. Estas são substâncias que, se caírem na nossa corrente sanguínea, podem causar lesões tanto na nossa parte neurológica quanto na parte respiratória", disse a médica pneumologista Ciléa Martins.
O presidente do fórum disse que um cigarro ilegal pode ser identificado já pela embalagem, que, na maioria das vezes, apresenta idioma espanhol e nomes com marcas paraguaias.
"Não tem nem preocupação de vir em uma embalagem em idioma brasileiro e ainda acaba liderando o mercado", destacou o presidente do fórum.
"Quem compra pode até economizar dinheiro, mas pode ter ainda mais prejuízos à saúde, além dos já conhecidos danos provocados pelo produto original", finalizou.