Em Vila Velha, na Grande Vitória, essa regra agora virou lei e as escolas têm até o inÃcio do ano letivo de 2024 para se adequarem.
O sinal que toca nas escolas dá uma sensação nostálgica em muita gente. Mas o barulho alto e estridente também incomoda algumas pessoas, como os alunos autistas. Pensando nisso, Vila Velha, na Grande Vitória, criou uma lei em que todas as sirenes das escolas públicas e privadas da cidade precisam ser trocadas por sinais sonoros que causem menos desconforto aos estudantes. A ideia é substituir por músicas populares e até clássicas.
A rede municipal da cidade tem quase 2.200 alunos diagnosticados com autismo. As escolas têm até o inÃcio do ano letivo de 2024 para se adequarem, mudando os sinais dos intervalos das aulas e recreio.
Na escola municipal José Siqueira Santa Clara, que fica no bairro AtaÃde, o sinal via ser desativado e o novo é bem mais tranquilo para Pedro, que é autista e tem sete anos. Geralmente, por causa do barulho, ele usa um abafador.
"Barulho sÃnico incomodava muito. Às vezes, ele podia até entrar em crise. Então, o abafador acaba ajudando bastante. Agora com o novo sinal que vai ter, não vai precisar usar tanto", explicou a mãe do Pedro Henrique, Márcia Rosa da Silva.
Escolas em Vila Velha mudam sinais sonoros para músicas brasileiras e sons mais leves — Foto: Reprodução/TV Gazeta
"Quando ele chega aqui na escola não muito bem e tem a musiquinha dá uma relaxada, uma calmada. Ele já chega em casa diferente, contando tudo o que aconteceu. E, assim, é uma alegria porque sempre tem uma musiquinha nova e é cultura para eles também", contou a mãe Thays Souza.
As músicas tocam dez vezes por turno, e tem uma para cada momento: para a chegada dos alunos, na troca dos professores, no recreio e para a volta para a sala de aula. A trilha sonora varia de artista, mas na maioria das vezes são músicas populares brasileiras.
"'Nós temos um mural com as letras de todas as músicas, o nome do compositor e o intérprete de cada música. Então, as crianças estão passando no corredor, elas pegam e leem. Isso também incentiva a leitura", explicou o professor e pedagogo Luiz Gustavo Luz.
Alarme barulhento das escolas incomodava muitos alunos — Foto: Reprodução/TV Gazeta