Piloto que se destacou nas décadas de 1990 e 2000 sofreu uma parada cardíaca enquanto pilotava em um circuito privado na Flórida
Morreu na última sexta-feira (29), aos 56 anos, o ex-piloto brasileiro Gil de Ferran, que fez sucesso no automobilismo entre as décadas de 1990 e 2000, com conquistas como as 500 Milhas de Indianápolis e o bicampeonato da CART, atual Fórmula Indy.
Ele sofreu uma parada cardíaca enquanto pilotava no circuito do Concours Club, um clube privado localizado na cidade americana de Opa-Locka, na Flórida. Não houve acidente, pois Ferran passou mal e encostou nos boxes a tempo de ser levado ao hospital com vida, mas não resistiu.
Ferran já havia vencido a Fórmula 3 em 1992, mas ficou mais conhecido ao chegar à Indy em 1995. O primeiro título veio cinco anos depois, em 2000, correndo pela Penske, assim como no bicampeonato, conquistado no ano seguinte. Em 2003, foi o vencedor da tradicional disputa das 500 Milhas de Indianapolis em uma edição histórica para o automobilismo brasileiro, pois o pódio foi completado por seus compatriotas Helinho Castroneves e Tony Kanaan.
No início da carreira, em 1993, depois de se destacar na Fórmula 3, chegou a participar de um teste da equipe Footwork para ingressar na Fórmula 1. A oportunidade, contudo, não se traduziu em uma vaga, até porque ele teve de lidar com uma batida na cabeça sofrida em meio a toda ansiedade e pressão da avaliação.
"Depois de 20 ou 30 voltas deu cãibra nas costas, câibra na bunda, no punho e disse 'meu Deus, eu preciso descer do carro?. Falei que precisava ir ao banheiro. Moral da história: saí pensativo, olhando para baixo, pensando em como ia administrar o dia e não vi a tampa do armário do caminhão e pimba! Arregaçou um pedaço da minha cabeça, tive que tomar 10 pontos e acabou o teste", contou em entrevista à jornalista Mariana Becker, em 2020.
Atualmente, Ferran vinha trabalhando nos bastidores da principal categoria do automobilismo, pois atuava como consultor para a McLaren, equipe na qual também já foi diretor esportivo e responsável pelo departamento de Fórmula Indy. Antes, exerceu cargos diretivos nas extintas Honda e British American Racing.