Com capas de chuvas, botas e rodeados por técnicos da Defesa Civil, prefeitos da Grande Vitória foram para o meio da rua e da chuva durante a tempestade do último domingo (21), para prestar contas à população.
Eles gravaram vídeos e postaram fotos sobre os serviços que estavam sendo desempenhados para minimizar o impacto das fortes chuvas que alagaram bairros e causaram prejuízos para moradores e comerciantes.
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Alguns ficaram debaixo de chuva até tarde e teve quem fizesse uma live em plena madrugada para mostrar in loco e ao vivo como estava a situação. Além de mostrar o trabalho das equipes, também teve denúncia contra uma empresa e alfinetada a antigos adversários.
Em Vitória, onde o volume de água chegou a 45 milímetros nas últimas 24 horas, o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) foi para a sede da Defesa Civil municipal.
Com um colete laranja e ao lado de técnicos da Defesa Civil, gravou um vídeo por volta das 21 horas de ontem, explicando o trabalho que estava sendo feito nas ruas, divulgou o número do celular de emergência e postou uma série de recomendações aos moradores de áreas de risco.
Ele também postou imagens, em seu perfil do Instagram, sobre o trabalho da equipe de limpeza, que recolheu muito lixo da rede de macro e microdrenagem durante a madrugada.
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Em Viana, o prefeito Wanderson Bueno (Podemos) foi para a entrada do bairro Marcílio de Noronha e mostrou os pontos de alagamento. Ele disse que muitos motoristas ficaram ilhados por falta de sinalização na BR-101 e culpou a concessionária ECO101 – ameaçando até de processo judicial – pela situação.
Ele chegou a chamar a empresa de irresponsável e cobrou a presença de um representante da concessionária no local, o que não havia ocorrido até o momento da gravação dos dois vídeos – um às 22h e outro às 23h15. Os vídeos também foram postados no Instagram do prefeito.
O prefeito levou para a rua sua equipe da Defesa Civil e até o vice, Fábio Dias. Hoje cedo, ele retornou em alguns bairros para dar prosseguimento às ações. Ele disse que o acumulado de chuva chegou a 42 mm.
Em Vila Velha, que costuma ser o município mais atingido e que mais sofre com alagamentos ocasionados pelas chuvas, Arnaldinho também foi para a rua, com uma capa de chuva preta estilo Batman, e fez vídeo mostrando o trabalho das estações de bombeamento, com atualizações constantes.
Disse que as obras de macrodrenagem ainda não foram concluídas – estão 45% prontas, segundo ele – e que, por isso, a população ainda passaria por alguns transtornos.
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Por volta das 0h30, ele abriu uma live para mostrar a situação e ficou na rua até as 2 horas desta segunda. Em sua postagem no Instagram, alfinetou: "Político que tem medo de chuva não pode ser prefeito de Vila Velha".
É claro que cada prefeito tem um perfil e estar mais próximo dos eleitores, por meio das redes sociais, é uma tendência, principalmente por parte dos políticos mais jovens. Mas, não se pode ignorar que 2024 é ano eleitoral e tudo que é feito ou falado por agora pode repercutir positiva ou negativamente nas urnas, em outubro.
Na semana passada, a coluna trouxe uma análise sobre o quanto as obras financiadas ou em convênio com o governo do Estado nos municípios da Grande Vitória podem dar um "up" na campanha eleitoral dos prefeitos aliados do governo.
Da mesma forma que uma postura considerada inadequada ou omissa diante de tragédias e catástrofes naturais também tem o potencial de acabar com qualquer chance de reeleição.
Afinal, quem não se lembra da viagem do então prefeito de Vila Velha Rodney Miranda para passar o Natal de 2013 em Nova Iorque (EUA) durante o pior período de chuvas já registrado no Espírito Santo?
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Ele tirou 10 dias de férias, viajou no dia 19 de dezembro, mas voltou três dias depois (22), após a situação no município piorar e a repercussão da viagem ter pesado muito negativamente. Mesmo voltando, o estrago político já estava feito e há quem acuse esse episódio como um dos principais motivos de Rodney não ter conseguido se reeleger, em 2016.
Desde então, basta cair um pingo de água para que os prefeitos façam questão de se mostrarem presentes, ainda que pouco possam fazer no local para reduzir o impacto. Fato é que entra ano e sai ano e a população, principalmente a mais vulnerável, continua a sofrer com alagamentos, desmoronamentos e perda de bens e vidas levados pelas chuvas.