Após quase 90 dias de internação, o ex-secretário de Agricultura de Viana, Joel Santos da Silva, conhecido como "Joel Faustão", morreu nesta quarta-feira (15), aos 66 anos. A informação foi confirmada por familiares pelas redes sociais.
O ex-secretário foi vítima de uma condição raríssima, chamada de doença de Creutzfeldt-Jakob, que é neurodegenerativa, progressiva e fatal, como define o Ministério da Saúde.
A raridade da doença faz com que a condição seja confundida com o "mal da vaca louca", por ter sintomas semelhantes ao da doença bovina.
Apesar das similaridades, não há ligação entre as duas enfermidades, principalmente porque a Creutzfeldt-Jakob não é contraída pelo consumo de carne contaminada.
A principal característica da doença de Creutzfeldt-Jakob é o ataque ao sistema nervoso central, o que causa demência em humanos.
De acordo com o irmão do ex-secretário, o taxista Roberto Carlos da Silva, Joel apresentou os primeiros sintomas da doença há menos de um ano e de lá para cá, tinha sinais semelhantes aos de uma pessoa que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Ainda segundo ele, o diagnóstico do irmão foi apresentado apenas duas semanas antes da morte. Joel já estava internado em coma há quase três meses. Até então, os médicos acreditavam se tratar de um caso de AVC ou de Síndrome de Guillain-Barré, ambas as possibilidades foram descartadas após exame.
"Os médicos ao suspeitarem de doença priônica, colheram um líquido da espinha dele e mandaram para um laboratório em São Paulo, que confirmou a doença", disse o irmão do ex-secretário.
Pelas redes sociais o ex-prefeito de Viana, Gilson Daniel, lamentou a morte do ex-secretário. "Muito triste. Um amigo, foi meu secretário de Agricultura", escreveu.
Segundo o Ministério da Saúde, há três tipos conhecidos de Creutzfeldt-Jakob (DCJ). A primeira delas é a esporádica, que corresponde a 85% dos casos registrados da doença. Não apresenta causa e fonte infecciosa conhecida, assim como, não apresenta um padrão de transmissibilidade reconhecível.
Também há a hereditária, que como o nome sugere, acontece por mutações hereditárias do gene PRNP, que codifica a produção da proteína priônica. Este tipo é responsável por 5% a 15% dos casos, não é possível diferenciá-lo da esporádica por sintomas.
Por fim, há a forma Iatrogênica, responsável por menos de 1% dos casos. Pode ser transmitida por procedimentos invasivos e contato com objetos cirúrgicos contaminados. Todos os quadros são irreversíveis.
Não existem evidências de que a transmissão da doença aconteça pelo ar ou pelo contato social diário entre pessoas.
Fonte: Folha Vitória